A Blow-quarentena



A quarentena não é tão ruim assim e tem aspectos que podem muito bem ser interessantes.
No andar de baixo, por exemplo, o casal de namorados que há tempos andava sumido reapareceu. Ela agora vive nos cômodos inferiores (também conhecidos como a casa do namorado). As luzes, que antes eram apagadas cedo e só acendidas no meio da madrugada quando ele chegava do trabalho, agora ficam acesas durante toda a madrugada. Ela está sempre presente e entre cochichos e risos, silêncios pontuais são notados.
A bem da verdade, ela é feia. Ele se sobressai à ela quando a vantagem é o atrativo que comumente se diz que uma pessoa é "engraçada". No entanto, entre o som mediano da TV ligado em alguma série e o amanhecer do dia, ela prova o gosto do macho que escolheu para ser o parceiro. Prova o gosto; o gozo; os gemidos (dele). 
A casa não vazia finge não ouvir e os vizinhos endeusados pelo modelo de casas verticais estão sempre marcando no Flo Health o quanto ela mama na mamadeira de piroca (muito usada e muito criticada pelos bolsonaristas).
A quarentena, quem disse, não pode ser um momento de prazer nessas terras tropicais e conhecidamente sexuais.



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