Estranha História #1

A Pequena Sereia
Ao passar da minúscula sala para a ainda menor cozinha, na pretensão de um feito incrível - fazer o jantar - ocorre-lhe uma ideia e um sorriso debochado rasga seu rosto em um prazer sem limites. E não consegue deixar de pensar nela, nas suas formas, no humor tão parecido com o dele. E o riso cede lugar ao espanto - finalmente encontrou o que procurava?
Conheceu-a por mero acaso, em umas dessas brincadeiras sem sentido que o destino faz vez em quando e cuja razão ninguém descobre. Conhecer não é exatamente o verbo a ser utilizado, atraído magneticamente pela cor de bronze de sua pele é o que mais se aproxima do ocorrido. Depois de vê-la o conceito de beleza foi instantaneamente redefinido e sua vida não foi mais o que era.
Ela, esfinge, sorri sem modéstia!
Poderia ter sido o corpo lindo que ela expõe sem modéstia por aí; poderia ser a pele macia; poderia ser o sorriso quase debochado; poderia ser sua seriedade; e mesmo assim algo indefinível o levou a ser imprudente com relação ao socialmente aceitável -  e logo tornaram-se um tipo fulminante de amigos.
Agora, enquanto espera a água aquecer pensa nas mais diversas razões para não perguntar-lhe o que falta para uma relação mais intensa. Quebra os bastões de macarrão. Joga na água. acrescenta o sal. "Ela jamais quereria algo além". E a ideia tenta sair da cabeça. Será que não?
 
 

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