Capitães da Areia

Ainda abandonam crianças, ou em Shoppings ou em lixões. Uma realidade que acompanha a humanidade desde sempre com o objetivo de: a) preservar a imagem de boa moça(o); b) assegurar a honra da família; c) garantir um futuro melhor para a criança. Acredite quem quiser.
E quando várias crianças se juntam para formar uma família, um clã regido por leis próprias, é natural que o meio de sobrevivência seja o roubo e as pequenas subvenções próprias de quem está, ou foi jogado, no submundo da marginalidade.
Em Capitães da Areia Jorge Amado descreve o diário de meninos e meninas que vivem sob a proteção dos orixás e o repúdio da sociedade. A obra é repleta daquilo que costumeiramente costumamos não ver: a iniciação e prática sexual entre os meninos de rua, as negrinhas derrubadas no areal, a doença que não escolha quem ou lugar para atacar, a fome, a insegurança, os anseios, a falta da mãe.
Uma obra que busca no cais o estivador que lutou pela causa comunista e que, por isso, morreu. Vai às ruas desde a baixa dos sapateiros para mostrar que o filho daquele estivador também é líder de um futuro incerto em Aracaju. Percorre as linhas do tempo e do amor com comédia e drama, sem perder o tom intimista das ruas.

É nesse livro onde reside a leitura desconsolada, embora perseverante, persistente, autoconfiante, como a coragem dos Capitães.


Adaptação da Obra. Filme completo


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