Mães virtuais, filhos de brinquedo?

Foto: alertasaude.com

 Frenquetemente, quando alguma conhecida engravida - por "acidente" ou de forma proposital -, vejo, nas redes sociais onde todos fazem questão de expor a vida e o útero, literalmente, mensagens de parabéns, felicidades e amenidades do tipo. E isso é compreensível se entendermos que nossa sociedade é composta por indivíduos que "pensam com os pés".
Ninguém, no entanto, fala/escreve "força", "persevere", "tenha paciência", "olhe, não vai ser fácil!". Não! Esquecem-se de que filho não é brinquedo para passar o tempo entre um amor e outro e que tampouco é status para a mídia social dos círculos de amigos e fofocas.
Filho, em um sentido bem geral, é somente o buraco negro que absorverá todo o tempo, dinheiro e atenção da mãe, e, às vezes, do pai. E isso, minhas caras futuras mães, não é pouca coisa.
E por que esses indivíduos "pensam com os pés"?
Ora, alguém, em juízo perfeito e com boa instrução, que não mencione os fatos sem ameninades - que nada ajudam, na prática -, não pode pensar direito. É mais útil falar/escrever "agora você tem que crescer", "arrume um emprego de verdade, com um bom salário!", "pense no futuro!" é mais sensato que um mero parabéns; porque, convenhamos, qualquer fêmea do reino animal pode gerar e parir um filho, mas somente poucas, na espécie humana, é capaz de educar de fato uma criança e formar um adulto de verdade. E para tal tarefa faz-se necessário que a mãe seja portadora não só do "juízo na cabeça" como de bom senso suficiente para entender suas limitações e procurar ultrapassá-la.
Frequentemente observo que a vida virtual das pessoas está constantemente afetando o futuro da sociedade. 
Engravidar, qualquer uma pode. Ganhar parabéns por isso, também. Viver, bem, nisso a experiência diz-nos outra coisa.

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