Madame Satã

José Francisco. Foto: Campo de Mandinga


Hoje eu quero falar sobre a adaptação cinematográfica da vida de alguém que mudou os paradigmas da sociedade brasileira em um período em que o preconceito e a discriminação eram as vias que justificavam os "bons costumes" e a "dignidade" da família brasileira.

O ícone da malandragem e da boemia nacional, principalmente carioca, embora tenha origem nordestina, é o famigerado José Francisco dos Santos, também conhecido como Madame Satã.
Foto: Campo de Mandinga
À época, representou tudo o que não se deve ser ou seguir. Hoje, se olharmos com calma para a trajetória de Madame Satã veremos o início da revolução de esterótipos, que ainda não muito bem aceitos, permeiam nossas comunidades.
Santos era pernambucano, capoeirista exímio, homossexual, negro, boêmio. E, no entanto, ainda hoje relutamos em aceitar que um homossexual seja protetor de mulheres, ainda que recebendo por isso, lutador e folclórico.
O filme que imortaliza Santos, a eterna Madame Satã, data de 2002 e é representado por Lázaro Ramos. Um filme que não aceita preconceito e que só suporta sua exibição pessoas sem correntes de moralismos ilusórios.
A primeira vez que assisti, ou quase, não passei dos primeiros vinte minutos  - os outros que assistiam sentiram-se ofendidos pelos beijos entre dois personagens masculinos.
A segunda vez, assisti todo e recomendo a todos que o façam. 
Madame Satã, o filme, deve ser assistido e refletido, não só os príncipios que aplicamos no cotidiano, como também a ousadia de ser e aceitar aquilo o que se é, como o fez José Francisco.


 
Madame Satã. Filme completo

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