A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água
Uma vida inteira trabalhando no
marasmo da Administração Pública, com uma mulher tagarela e uma filha de plástico,
não foi capaz de satisfazer os anseios de Quincas. Convenhamos: o trabalho
precisa ser ou gratificante ao ponto de tornar cada dia diferente e especial ou
dispensável de modo a permitir que o indivíduo falte e viva intensamente; um
casamento precisa ser o descanso e não o martírio de todas as noites e manhãs;
e quando os filhos são ainda piores que o trabalho e o matrimônio, então não há
muito o que salvar.
Um dia, cansado do trabalho, da
mulher e da filha – da vida -, Quincas entorna a boa cachaça e dá um berro, um
berro d’água. Daí vem seu apelido. E a vida que mudou. De respeitável só restou
o passado.
A aparência e o amor, acompanhado
da dedicação esculachada, a quem se quer bem.
Quincas morre duas vezes e é sepultado,
assim como teve duas vidas. Uma para a chateação, outra para a vadiagem. E,
diga-se, a felicidade está nessa segunda.
Agora Quincas descansa nas águas
de Iemanjá e é sempre recomendável ler sua história e assistir a adaptação
cinematográfica da obra.
Bom filme!
Boa leitura!
Adaptação da obra. Filme completo
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