Inferno

A humanidade teve sua glória, vivida e prevista, em obras que se tornaram a representação do poder humano em produzir colossos de criatividade e ousadia. Desde esculturas, passando pela pintura, até as primeiras inovações que possibilitaram ao homem ganhar o espaço e a terra, como o avião, a humanidade tem visto verdadeiras e irrefutáveis provas de que tudo é possível desde que se deixe sonhar e trabalhar os sonhos.
O possível é uma questão de querer.
E a literatura de Dan Brown proporcionou ao mundo conhecer as origens da arte e relembrar a história do homem, que repercute até hoje através de conflitos sociais e religiosos na Europa, América, Oriente médio e no Oriente próximo . Entretanto, o personagem de tantas aventuras parece que está cansado, de viver?, em sua mais recente aventura, Inferno.
Capa da Obra
A narrativa de uma trama em que o centro da discussão não é a Igreja e seus dogmas enfraqueceu o personagem de Brown que ficou totalmente deslocado no eixo Florença – Veneza - Istambul. Por outro lado, continuar com a Igreja Católica sendo o palco de aventuras também não é uma opção por que o assunto já caiu no óbvio, sob o ponto de vista da fórmula do autor.
Inferno tratou de por um fim ao que poderia ter sido a consagração de Robert Langdon em O Código da Vinci. É como se Langdon estivesse em Fortaleza Digital lutando contra vilões um tanto mais irreais que os da Igreja. E não deu certo. O último livro de Dan Brown é cansativo, repetitivo e com uma trama banal cujas surpresas ficaram a desejar quando se olha para o conjunto da obra já publicado.
O que poderia ter salvado o livro seria a morte de Langdon, o que não aconteceu. E o que deixou a narrativa ainda mais tediosa foi a inserção exagerada de fatos e dados irrelevantes, como gráficos, siglas e um “vilão justificado” pela bondade de um futuro – a clara máxima de Maquiavel: o fim justificam os meios.
Ainda assim, a união de Dante e Maquiavel é um bom convite à leitura para aqueles que não têm outra opção e uma decepção para quem é fã de Brown.
Talvez esse seja o momento de Dan voltar ao início e escrever à Fortaleza Digital.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá