SINTUFS: quando a greve é uma festa



O período letivo 2014.1 na Universidade Federal de Sergipe começou atrasado devido a greve dos servidores técnicos administrativos da instituição. As reivindicações são “tantas” que uma chama a atenção: redução da carga horária de oito para seis horas.
Essa reinvindicação, além de ir de encontro ao Regime Jurídico Único dos Servidores Civis da União, lei 8.112/90, levanta um ponto que se subentende entre os brados de “melhores condições de trabalho”: normalmente os servidores, uma porcentagem expressiva, apresentam um desempenho que poderia ser exponencialmente melhor, mas que preferem levar ao Deus dará os serviços como se a coisa pública fosse pertencente a um hamster da Ursa maior.
Antes quem realizava TODOS os trabalhos dos técnicos eram os bolsistas de trabalho, que eram – em muitos setores – explorados pelos chefes imediatos e servidores. A retribuição por esse trabalho sem férias, sem feriados – com exceção dos notadamente obrigatórios, sem liberdade para estudar – apesar de previsto pelo regulamento da PROEST/UFS, era, e ainda é, o mesmo que o MEC destina aos estudantes carentes que, via de regra, não podia, e não pode ter a obrigatoriedade de retorno em trabalho servil. E a situação só se modificou quando denúncias ao Ministério Público fizeram com que a UFS abolisse essa bolsa-trabalho por meio de recomendação do MEC, cuja afirmação é de que isso é por si só inconcebível.
Esses mesmos servidores que exigiam de bolsistas oito horas diárias agora não querem trabalhar, ou fingir, por oito horas. Só querem seis!
Durante essa greve também está sendo desconsiderados serviços fundamentais à comunidade acadêmica, como o funcionamento da Biblioteca Central - BICEN. Os discentes e docentes consideram a BICEN, composta por uma maioria terceirizada, aparentemente, um serviço essencial para o bom andamento dos trabalhos acadêmicos.
Entretanto, os servidores não acham o mesmo. E mantém o acervo trancado sob o peso de um cadeado e a vigilância de um guarda que garante que ninguém se aproxime 3 metros da porta da BICEN.
O que causa espanto, porém, não é a completa falta de tato do ato grevista, já que a ideia difundida é causar confusão e impedimentos para as pessoas erradas: O Reitor, o Vice-Reitor e o Palácio do Planalto não usam a BICEN. E sim o fato de que o SINTUFS tem uma atitude medíocre cuja atuação é sequer notada, sem um plano decente de manifestação que embase as reinvindicações.
E qual a razão da falta de interesse em manifestação?
É que o SINTUFS e associados acham mais interessante uma greve que permita assistir aos jogos da Copa, permita um segundo período de férias e promover festas.


"Chamada do SINTUFS para ato grevista"

E ainda dizem que só o Governo é culpado pelo caos que fazem. Mas e quando nem o caos sabem fazer?

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