A Copa pela música
A Copa do Mundo já levantou, e
continua, muitas atitudes tardias e sem efeitos que servem apenas colocar
gasolina nas discussões dos Presidenciáveis de outubro. Fora isso, resta os
vídeos e as músicas que conclamam os brasileiros e os cidadãos globais ao amor
pelo esporte e pela identidade nacional, ressalte-se que não apenas a
brasileira.
O vídeo oficial da FIFA, We Are
One (Ole Ola), produzido pelo rapper Pitbull com a participação da baiana Cláudia Leitte e da
estrela Jennifer Lopez não representa o Brasil em diversos aspectos, inclusive
na universalidade da música e no pluriculturalismo. É bem produzido e tenta ser
um chamamento para a alegria que o esporte pretende promover, mas para por aí e
serve apenas para propaganda internacional da FIFA. Alguns não fãs de Leitte
repudiaram a participação da loira na produção e iniciou uma guerrinha com os
fãs. Entretanto, Cláudia Leitte representa o Brasil à medida que se coloca o “estilo
musical” de lado e vê a brasileira em uma produção para o mundo ao lado de
outros grandes artistas. Não é uma questão de ser ela, mas de vê o Brasil com
ela – sendo representado e aplaudido.
We Are One (Ole Ola)
O vídeo, Todo Mundo, produzido
por uma multinacional, é que se aproxima daquilo que realmente é o Brasil:
percussão, tonalidades de pele, barulho e uma música que busca o espírito da
vitória. A produção da Coca-Cola em parceria com a Gaby Amarantos, Monobloco e
David Correy é feita para os momentos pré-jogos quando os torcedores reúnem boas
energias. Diferentemente da situação que envolve a Cláudia Leitte, a paraense
Gaby Amarantos enfrenta a resistência de uns poucos brasileiros que dizem
saudar a diversidade cultural e que rejeitam a ideia de uma cantora de Techno Brega
ser a voz do Brasil. Uma idiotice.
Todo Mundo
E para surpresa de todos,
inclusive de publicitários, o vídeo Cidades Viajando, do Itaú, com Fernanda
Takai e Paulo Miklos cantando Mostra Tua Força, Brasil, é a completa tradução da
felicidade e do sentido de unidade brasileiras. Uma produção que envolve o
torcedor e o telespectador que assiste a sua novela na monotonia dos dias. A
voz de Takai, principalmente, tem a suavidade necessária para impor uma alegria
que fica retida no coração do brasileiro até a hora exata do gol, quando a
emoção explode no coração, e um grito uníssono é reverberado por todo o País. É
o vídeo que retrata a identidade nacional. O Itaú acertou, ou melhor, fez um
golaço!
Mostra Tua Força, Brasil
Para fechar o roteiro de músicas
e celebridades que representam ora a FIFA ora o Brasil, o mundo ganhou mais um
presente que, ao contrário da produção oficial da FIFA, We Are One (Ole Ola), surpreendeu
pela forma simples e clara de saudar as nações participantes e o anfitrião
dessa Copa do Mundo. Embora seja uma promoção de outra grande empresa, La La
La conta com a musa latino-americana Shakira
associada com o baiano Carlinhos Brown e dá um show de cultura e desenvoltura
que enquanto apresenta os nações e os principais ídolos do futebol mostra que o
preconceito de cor, nacionalidade e estilo musical não cabe em um mundo que
quer ser unido pelo esporte. Uma produção de respeito, fácil e muito bem feita.
La La La
Um fato é certo: os vídeos
produzidos para repercussão internacional não podem ser enquadrados no gosto
popular brasileiro, pois ele tem que agradar a todos. Os vídeos feitos para o
Brasil sim podem ser criticados, respeitando a principal característica
nacional: a diversidade cultural.
Aos brasileiros que criticam a
Cláudia Leitte, Carlinhos Brown e a Gaby Amarantos só resta uma lamentação
alheia. Leitte, Brown e Amarantos são as
vozes do Brasil para a Copa da mesma forma que a seleção brasileira é composta
pela diversidade de jogadores oriundos das diversas regiões do País.
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