Vizinha(s)
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Cond. Eucaliptus |
Do outro lado do quarto, no
quarto do prédio vizinho, a vizinha troca de roupa. Tira calça e blusa.
Refresca-se do calor. Faxina o quarto. Excita os homens do último andar do
prédio de frente e irrita as mulheres do andar de baixo. Mistura a vida íntima
à publicidade de celulares, fotos, sonhos e hormônios.
A vizinha olha pela janela,
abana-se com a mão, tenta decidir se veste a blusa branca ou a jeans. Decide
tirar o sutiã. Vira-se. Revira-se. Veste-se e despe-se de novo. A vizinha é
promiscua sendo natural. É gordinha com o vidro da janela, dela, fechado, e
engraçada com ele aberto.
Todos os dias a vizinha chega,
tira a roupa e anda nua pela casa. Ela oferece água, lanche. Convida para uma
tarde tórrida, com entrada pela janela do terceiro andar. A TV sempre ligada
para abafar os ruídos da avenida, não os de dentro do apartamento. Sempre os de
fora.
A vizinha, de baixo, é sempre
muito simpática, muito bonita, mas ela não anda nua. Ela não tem chance. A
vizinha do outro prédio, sempre hospitaleira, é minha primeira parada da noite,
do dia, da tarde.
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