Entrevista com Cássio Cavalcante
Hoje inicio uma rodada de entrevistas, ao ar sempre às segundas-feiras, em que entrevistarei escritores, políticos e pessoas que desenvolvem trabalhos ligados à ciência e tecnologia ou trabalhos que incentivam a cultura.
Cássio Cavalcante |
Para inaugurar essa rodada o entrevistado é o jornalista e escritor Cássio Cavalcante, autor de Nara Leão: A Musa dos Trópicos e Sob o Céu de uma Cidade, a ser lançado no próximo 31 de outubro. Cássio Murilo Coelho Cavalcante é jornalista, escritor membro da Academia Recifense de Letras e da União Brasileira dos Escritores, secção pernambucana. Escreveu diversos contos entre 2004 e 2008, todos publicados, a biografia da Musa da Bossa Nova, Nara Leão: A Musa dos Trópicos (2009), Os Mistérios de cada Um (2007) e, a ser lançado, Sob o Céu de uma Cidade. Além disso, Cavalcante pertence a Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda e é Colaborador do jornal Folha do Estado do Espírito Santo, assina as colunas Bate papo Literal, do Jornal Gazeta Nossa, Panorama, no jornal da Editora Novo Horizonte e a Linha Cultural, no site Vetor Cultural.
Rafael Rodrigo: Como foi escrever Nara Leão: A
Musa dos Trópicos?
Cássio Cavalcante: Foi uma experiência única já que a música de Nara Leão é muito
importante na minha vida.
R.R.: Quais as dificuldades que
encontrou para concretizar Nara Leão: A Musa dos Trópicos?
Cavalcante: Sem a menor sombra de dúvida foi a edição. Já que se trata de um livro
volumoso, isso o deixou bastante caro para editar. Consegui realizar graças ao apoio
do SIC, lei de incentivo a cultura da cidade do Recife.
R.R.: Quais suas inspirações para
escrever?
Em relação aos meus textos sempre me veem ideias completas, com
começo, meio e fim. Aí é só com bastante calma lapidar.
R.R.: Como você cria seus textos? Tem
algum ritual?
Cavalcante: Como já falei antes, depois que me vem a ideia, passo a trabalhar o texto
para transforma-lo em literatura. Não tenho ritual, costumo sempre arrumar
minha mesa antes de um trabalho, acho que poderemos considerar este ato como um
pequeno ritual.
R.R.: Como você vê o mercado
literário nordestino?
Cavalcante: Não está 100% como a gente sonha. Mas o despertar para a leitura tem
acontecido gradativamente. E isso é um processo bom de se observar.
R.R.: E o mercado editorial, acredita
que está mais fácil para novos escritores?
Cavalcante: A internet veio como a principal ferramenta para a literatura em
nossos tempos. Tem ajudado muito, mas a edição em si ainda é muito difícil,
principalmente para os novos.
R.R.: Você é jornalista e está sempre
em contato com as novidades, acredita que isso pode atrapalhar na hora de
criar?
Cavalcante: Pelo contrário, a gama de conhecimento que adquirimos no exercício do
jornalismo, e absorvida, como uma espécie de banco de dados, para mais tarde
ser processado em futuras criações literárias.
R.R.: No próximo dia 31 de outubro
estará lançando Sob o Céu de uma Cidade, no Recife. O que os leitores podem
esperar desse romance?
Cavalcante: O meu propósito é proporcionar uma boa leitura.
R.R.: Como surgiu a ideia de escrever
seu novo livro?
Cavalcante: Foi uma ideia, dessas minhas que já chegou com começo, meio e fim, a
pretensão inicial era fazer um conto, mais foi tomando corpo e fiz a novela.
R.R.: Seus personagens são inspirados
em pessoas reais?
Cavalcante: Em primeira instância meus personagens são todos criados, ficção
mesmo. Mas surgem de observações do cotidiano de toda a minha vida, que ficam
armazenados e ressurgem na criação literária.
R.R.: Qual foi a experiência de
escrever Sob o Céu de uma Cidade?
Cavalcante: Para mim o ato de escrever é sempre prazeroso, difícil, mas prazeroso.
Nunca angustiante, e nem sofrível. Com “Sob o Céu de uma Cidade”, não foi
diferente.
R.R.: O que espera dos leitores ao
ler seu novo livro?
Cavalcante: Que tenham sentido prazer com a leitura das páginas de “Sob o Céu de uma
Cidade”.
R.R.: E qual sua posição acerca da
polêmica das biografias não autorizadas?
Cavalcante: Eu já convivi com isso, ao editar a biografia de Nara Leão que
escrevi. Só foi concretizada com a autorização dos herdeiros de Nara. Biografar
é resgatar um nome, e ser biografado é uma honra. Vejo tudo isso com uma certa
tristeza, pois os nomes envolvidos sempre levantaram a bandeira da liberdade, e
lutaram contra censura. Acredito que a arte de biografar deva ser livre, se
depois o biografado ou seus herdeiros detectar inverdades ou mesmo calunias na
obra, aí sim, deve se acionar as autoridades. A censura foi, é e sempre será a
principal inimiga do artista, seja qual for a área de atuação.
Essa entrevista foi concedida por e-mail.
Essa entrevista foi concedida por e-mail.
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