Um quase estado
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Fim de tarde em Palmeira dos Índios - AL |
Perdem o dia com o trabalho que
paga a conta de água, energia, telefone. Perdem a noite pensando nos problemas
que geram o dinheiro que garante a iluminação pública, a novela, a cama nem
sempre tão confortável. Entre perdas diárias e perdas noturnas o entardecer vai
se achegando à noite, misturando o azul do céu profundo com o escuro que torna
brilhante as estrelas do céu, energia muitas vezes dissipada milhões de anos
atrás e que só agora chega à visibilidade terrena.
Nesses momentos de tênue estar, é
fácil perceber que a tristeza do Pequeno Príncipe é tão cortante, tão íntima de
quem lê as grandiosas páginas como a roupa que cobre o corpo cansado dessa
corrida por dinheiro. Em muitos lugares, enquanto tantos perdem, principalmente
o tempo, outros poucos presenciam o exato momento descrito pelo Pequeno
Príncipe. E nem percebem.
Também se percebe poucas coisas,
fazem o que realmente querem e são pouco felizes. É fácil ser triste e infeliz.
Difícil é ser realmente feliz e está bem consigo mesmo. Fácil é fingir
felicidade. Realmente prático é ser quem se quer ser.
Nas tardes quentes em que o sol é
nitidamente visível indo embora, os finais de dia são igualmente belos – semelhante
ao B-612. A tristeza igualmente intensa, com uma ponta de felicidade rastreada
pelo retroceder de uma cadeira qualquer.
E a noite, quente, são propícias
para uma viagem interplanetária inesquecível.
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