Luares para o Amor não naufragar
Os autores alagoanos, de prosa e poesia,
parece, enfrentam certa barreira em divulgar seus trabalhos para o interior do
Estado. Seria, talvez, o naufrágio de sua obra no mar da não valorização da cultura
produzida na Terra dos Marechais. Naufrágio desnecessário que priva o próprio
povo de conhecer as belezas do próprio Estado.
Entretanto, quando alguns autores
aparecem, já com a bagagem de uma vida de escritor, é possível notar o quão
rico é o Alagoas. E de naufrágios e sucessos, o Estado tem lá suas poesias e
prosas que realmente representam o povo e a localidade. E como não só de
desilusões vive o homem, as alegrias são também contadas pelas poetisas e
poetas desse Estado mundo a fora.
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Capa da obra |
Exemplo da genuína expressão da
poesia alagoana, nesses tempos vividos, tem a poesia de Luares para o Amor não
naufragar, de Arriete Vilela. Uma obra
que não se lê rapidamente, não porque seja poesia, mas pela forma muito
particular que foi produzida, onde é quase possível perceber a própria autora
declamando cada poema, como se o leitor estivesse em um sarau ao luar da noite
de primavera de Alagoas.
O leitor desavisado poderá crer
que a obra, de poemas enumerados, é pequena. E, no engano do julgamento do livro
pela capa, poderá tentar ler todo o livro e cair na mansidão das palavras logo
após o poema 9. Ou o poema 1. Ou o poema 5.
Vilela, nesse Luares para o Amor
não naufragar, acaba realmente ditando para quem um Amor teve, e naufragou nas
tempestades provocadas pelo cotidiano, o que realmente aconteceu e as razões
pelas quais o Amor perdura, mesmo tendo “acabado” seja no passado distante ou
no presente ainda dolorido.
Amor. Luar. Lembranças. Paixões.
Não há como não se lembrar de um
poema depois de conhecer esse Luar.
E assim a noite no agreste e
sertão de Alagoas vai se transformando em Luares para o Amor não naufragar.
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