22:45 - Quase morte*

Escultura: Seated Figure. 13th century. MetMuseum A paisagem corria solta janela a fora pintada com um verde forte e umas manchas acinzentadas pela chuva recente mostravam as feridas nos pequenos montes à beira da estrada. E as rodas frearam. O automóvel parou após um longo silvo de pneus e asfalto. A paisagem parou. Eu parei. Parei entre pensamentos opressivos e um ar rarefeito. Parei para ver o ostracismo de uma rotina que estanca apenas com um acidente casual em uma rodovia qualquer e sem sinalização . Parei com seu nome na língua e sua imagem refletida nas retinas em um filme alegre que parece que não ter uma pausa, uma quebra, o fim e o início. Uma tela que armazena minhas cicatrizes como forma de reviver uma felicidade sombria, porque já não existe mais. Os personagens estão sorrindo para uma bobagem banal e um transeunte, no passado filmado. E, no entanto, abandonaram-se como dois desconhecidos, chorando, sofrendo, martirizando-se, banindo-se de uma felicidade contida...