A capital desgraçada


Palco de mais um escândalo envolvendo a classe LGBTQI+, Maceió é a capital que poderia ser eleita uma das mais, se não a pior delas, em que essa comunidade mais sofre com preconceito e segregação. E o povo maceioense não restringe seu ódio apenas aos LGBTQI+. O ódio é estendido a quem é do interior, a quem é pobre e àqueles que não moram na poluída e desorganizada Ponta Verde.
Para aqueles que conhecem a realidade alagoana sabe muito bem que a não muito a quantidade de gays e travestis assassinados e abandonados em canaviais era absurda. Programas como o Cidade Alerta e o Balanço Geral, atualmente, tinham parte de suas matérias voltadas a esses assassinatos. E geralmente eram as bichas enrustidas que assassinavam os pares depois de uma ou várias noites de sexo pago e clandestino. 
A sociedade maceioense não está preparada para aceitar os próprios gays. Um exemplo disso é aquele professor de uma certa instituição pública federal encontrado morto dentro da própria casa e que a polícia levou o inquérito como simples latrocínio, apesar dos amigos do morto saberem sem sombras de dúvidas que o motivo foi homofobia; ou aquele outro professor que saía da capital para o interior só para poder cantar e se relacionar homoafetivamente com jovens rapazes, mas que na capital banca de hétero topper (e esse mesmo gay é homofóbico ao mais alto grau, contra os "afeminados").  
Longe dos cartões-postais, Maceió é não só uma capital atrasada nos mais diferentes sentidos, como é uma cidade feia e danosa a qualquer ser humano. Sobra lixo, esgoto, violência física, emocional, social. Sobra preconceito. Há fartura de cristãos que não medem esforços para provocar a morte alheia. E falta saúde, educação, compreensão e tolerância. Aqueles que conhecem e encaram a realidade sequer cogitam a possibilidade de passar por Maceió.
A diferença no caso da Lana Hellen é que ela não ficou calada, amedrontada, diante da violência e isso assusta aos covardes alagoanos.
A violência em Alagoas só começará a retrair quando pobres, pretos, gays e todos aqueles que se sentem de alguma forma violentado saírem à luta. Até isso acontecer, covardias são perpetuadas.






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