O amor é caro demais

Ilustração de Carol Rossetti


O amor tem cor, endereço, nome de banco e instrução. Tem também nome famoso e prazo de validade. Está em mutação de acordo com a moda primavera-verão ou de acordo com os grandes estilistas.
Amor nada tem a ver com sentimentos e aspirações – para milhares de pessoas.
Quem já não foi barrado em um embrião de relacionamento por não cumprir as exigências do “mercado”?
Quem não é preto e é visto de soslaio ao namorar uma branca?
Quem nunca se sentiu menosprezado por não estar em um relacionamento cujo diário não é igual a de outros tantos elitistas?
Pode parecer que o sentimentalismo domina os “apaixonados” de plantão. É só aparência mesmo. Poucos relacionamentos resistem à distância, ao não querer ficar para trás na corrida exibicionista entre os amigos, ao caos de estar entre individualismos pobres – de intelecto e de pretensão.
O amor é um sentimento caro. A fatura é sempre salgada para quem não quer gastar com outra pessoa ou consigo mesmo.
Amor, no balanço financeiro e de benefícios, é um mal que se faz necessário – igual ao dar maionese e ketchup nas lanchonetes.

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