Forças Armadas - hora de discutir questões
Brasão do antigo Estado-Maior conjunto das Forças Armadas |
As Forças Armadas continuam com sua modinha de "defendemos o Brasil!", "Somos Mão Amiga", "Promovemos a Cidadania". E tenta, com as mais medíocres propagandas, convencer os jovens que o melhor para eles e para a Nação é o ingresso em qualquer das Forças.
Só tenta e não convence muito.
Não é de hoje que soldados, das mais diferentes graduações, abandonam as Forças Armadas por serem mal pagos ou não terem o reconhecimento que merecem. Já houve até notícias de depoimentos dos que optaram pela vida civil em jornais impressos e digitais.
E, apesar da não propaganda contra, ninguém esquece, mesmo os mais jovens - nascidos após a redemocratização de 1988, do período em que os militares ocuparam a cadeira de Presidente da República. Essa lembrança, ainda que vaga para uns e vívida para outros tantos, é suficiente para que não haja o amor ao patriotismo fomentado pelas propagandas do Exército, por exemplo.
Li, em um grupo destinados a reservistas, o seguinte texto:
Os “absurdos” da Academia Militar das Agulhas Negras.
Há no Brasil uma Instituição “atrasadíssima”, conforme os padrões sociais atuais, sobretudo, os padrões petistas.
Imaginem só, a AMAN, que forma os oficiais do Exército Brasileiro, é uma Instituição de ensino superior onde é proibida a “cola” (implica em expulsão em 24 h) e o anonimato.
Lá o professor (chamado MESTRE) é tratado com respeito e reverência máximas. O Cadete (Aluno da AMAN) só progride por méritos próprios, e pasmem , é proibido a maconha ou qualquer tipo de droga.
Mais algumas coisas antiquadas que acontecem nessa instituição “atrasada”: na AMAN se cultua a HONRA, a HONESTIDADE (é incrível, os armários dos Cadetes não precisam de chaves ou cadeados), a VERDADE (Cadete não mente, isso implica expulsão também), a PROBIDADE e o RESPEITO. Fazem disso uma “profissão de fé” (um petista lá não duraria uma semana).
Na AMAN, o Cadete aprende a se SACRIFICAR pelo Brasil, (proteger o Brasil é dever de todo brasileiro), e sabe o que recebem em troca disso tudo? Materialmente, NADA (o soldo mensal de um Oficial General após 40 anos de sua saída da AMAN, é menor do que a diária do hotel em que Dilma se hospedou em Portugal). Mas ganham a “ Gratidão da Bandeira”, isso mesmo, os militares conseguem ver isso nela, só eles conseguem. Após um dia de trabalho árduo, sem reconhecimento algum, sempre às 18:00h, Ela “sorri” para eles, (da Amazônia ao Rio Grande do Sul, das praias do Nordeste ao Pantanal), e diz: “VOCÊ FOI TREINADO PARA ISSO, OBRIGADA. AMANHÃ TEM MAIS! BOM DESCANSO, SE NÃO ESTIVER DE SERVIÇO!”
Isso basta aos militares!
COMENTÁRIO: NÓS QUE FOMOS FORMADOS E SERVIMOS NA AMAN, NOS ORGULHAMOS DA NOSSA UNIVERSIDADE MILITAR, QUE FORMA OFICIAIS COMBATENTES PARA O EXÉRCITO E HOMENS DE BEM PARA O BRASIL.
BRASIL ACIMA DE TUDO!
(autor desconhecido)
Veja só, você, que tem 18 anos, não tem nada na vida, que é obrigado a servir às Forças Armadas por um breve período de tempo e que lê esse "texto inocente" com atenção, ainda vai querer ser uma máquina na mão da hierarquia militar?
E como pagamento por anos de serviço receber apenas uma "gratidão da Bandeira"?
Sejamos francos: essa conversa de que sacrificar a vida para servir ao País é a maior furada que o Governo obriga os jovens a conhecer durante o período de serviço militar.
Não é com sentimentalismo à Bandeira, com recebimento constante de ordens para bater continência ou lavar pratos e banheiros que a dignidade e a ombridade de alguém é construída ou elevada.
É com uma vida digna, sem ordens - muitas vezes estúpidas - e com um trabalho que remunere e valorize que alguém pode pensar em ser e fazer a diferença na sociedade e na comunidade em que mora (pois até ser nômade as Forças obrigam).
Que o ITA e o IME são excelentes formadores de profissionais isso é incontestável. Agora que ser escravo à século XVII é que não dá.
No Dia do Soldado, o Exército, a Aeronáutica e a Marinha deveriam abrir seus arquivos da época da Ditadura, dar conta dos desaparecidos, pedir desculpas PUBLICAMENTE pelos crimes cometidos no passado e pela inflexibilidade que ainda engessa os comandos militares.
O jovem, ainda que analfabeto e morto de fome, sabe que nem sempre uma camisa branca, ou verde-oliva, é a melhor saída.
E, se retomarmos o texto exposto logo acima, onde sequer o autor assina, hábito comum para o militar que não ousa falar bem ou mal de seu comando, podemos ver que ainda não é seguro morrer socialmente para que os sexagenários dos comandos militares, do leste ao norte, do oeste ao sul, terem sua glória de envergar uma graduação sem prestar os atrasados esclarecimentos e mudar certas regras desse Poder, que paira na sombra de bom moço.
Dia do Soldado?
A sociedade precisar começar a questionar e exigir respostas e ações das Forças Armadas.
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