Os balidos da ADUFS: greve de novo
Deve existir, em alguma gaveta de
armário de aço em uma sala qualquer, um cronograma simétrico onde estão
registrados números específicos em que acontecerão greves e atos de repúdio à
ordem instituída. E, mais uma vez, a Universidade Federal de Sergipe começa uma
greve, sem sentido, sem razões, sem noções de bem comum.
A vez agora foi dos docentes, que
resolveram deflagrar um movimento um tanto suspeito.
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Didática 01 interditada -UFS |
A dez dias de chegar ao meio do
período letivo, atraso pelo ato docente de 2012 e pela acumulativa greve do
SINTUFS de 2014, a greve começa com portas de didáticas fechadas e o
esvaziamento da Universidade “pelo bem da comunidade acadêmica”.
Ora, pelo bem dos jogos da Copa;
pelo bem do aproveitamento das festas juninas; pelo bem de mais um período de
férias no meio do ano; jamais pelo bem comum.
A pauta de reivindicação é tão
obscura quanto uma nebulosa vista de um observatório sob as nuvens.
Os discentes, aqueles que apoiam,
têm tanta convicção do bem dessa greve quanto os bisões na aridez do nordeste.
Sendo sincero: quem votou na assembleia
da UFS não visualizou a problemática do recente polêmico e marginalizado campus
de Laranjeiras nem as dificuldades dos alunos de Lagarto, ressalte alunos em
greve. Não. O que estava em vista era apenas São Cristóvão e as “necessidades”
que só aparecem em momentos apropriados. Os alunos que apoiam a greve estão
baseados somente na visão desse ou daquele docente detentor das verdades universais.
E essa greve, comemorada como uma vitória já por alguns alunos e alguns
professores, serve apenas para incentivar o SINTUFS em um movimento morto.
É evidente que os grevistas,
professores e alunos, não aceitam muito bem as críticas dos contrários. É
sempre assim: quem acha que tem razão não aceita muito bem as críticas alheias.
E enquanto esse movimento
meramente político, quando chega a ser, vai dando ideia para uma Universidade
ou outra, a Universidade de Campina Grande rejeita a insanidade de uma greve, a
Universidade de Alagoas apoia – certamente por que a UFS iniciou justamente
quando o campi do IFAL já pensava em encerrar o movimento.
O que restará?
Tempo perdido, principalmente
para os alunos, diga-se, os únicos prejudicados nessa história. Os únicos que
pagam a fatura.
Os balidos da ADUFS vão longe,
enquanto o MEC deixar e os alunos forem omissos em lutar por aulas, pois país
desenvolvido se faz com vontade de fazer diferente, com estudo, com paixão pelo
que se faz, não com desculpas.![]() |
Didática 06 interditada -UFS |
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