Olhaí, Pedro!
Comprei sururu, camarão, fiz batida de caju
Dancei rumba e até
maracatu, pra te fazer feliz
Fui até Natal,
Salvador, Paraíba, Macapá
Em Belém você quase
passou mal
E eu te fiz feliz
E você não gosta
mais de mim
Vem dizer que eu
não soube dar amor
E achar que a vida
é mesmo assim
Cada um leva um
barco sofredor
Anjo Querubim, Saia
Rodada
Pedro, o último Santo homenageado
em junho, é também o mais marginalizado. Coitado de Pedro!
Dizem: Santo Antônio! e comemoram
o Dia dos Namorados. Gritam: São João! e a festa corre solta noite adentro com
o forró, estilizado ou não, a varrer praças, salões e chão de barro. Mas e
Pedro?
Bom, o dia de São Pedro é
comumente chamado São João mesmo. Ninguém tem um “amor” ao qual homenagear,
ninguém se importa muito se Pedro é João. O obsoletismo tomou conta dos últimos
dias de homenagem desde que a consciência tomou conta do homem.
E essa é uma tragédia que
anunciou muitos eventos destrutivos: o forró cada vez mais ridicularizado, sem
letra e sem o ritmo que tanto o caracterizava; as fogueiras que minguam a cada
ano; a apatia do povo em aceitar o pouco que a cultura importada pode oferecer.
Se Pedro se importa? Acho pouco
provável. Se a Cultura nordestina perde? Sim, e muito. O jeito seria assumir o
simples e as históricas dificuldades que tornaram possível a formação de
hábitos e costumes. É o único jeito!
Anjo Querubim - Saia Rodada
Comentários
Postar um comentário
Após análise, seu comentário poderá ser postado!