O Caçador de Pipas
O amor possui facetas que
frequentemente esquecemo-nos de mencionar e que, por essa razão, tornamo-nos
egoístas e mesquinhos. Esse sentimento, não raro, é vulgarizado pela
pornografia e pelo ciúme obsessivo de uma relação entre homem e mulher. No
entanto, o amor é mais que isso.
Com Amir aprendemos que o amor é
uma atenção necessária que precisa ser expressada em elogio e reconhecimento.
Com Hassan aprendemos que a dedicação, a doação incondicional e a autodepreciação,
quando necessária, são elementos que demonstram o amor. E não apenas isso.
Amir e Hassan são os personagens
que Khaled Hosseini torna humanos, sensíveis, insensíveis, pensadores,
observadores, intensos e, acima de tudo, torna-os a personificação do amor e do
ciúme. Em relações cheias de convenções nas quais o objetivo é a aceitação de
uma sociedade estéril, Hosseini clareia o pensamento do leitor com o que
realmente importa: amor, sem os estereótipos das relações – homossexual,
parental, serviçal e sexual.
O Caçador de Pipas não é uma história cujo final é uma fotografia
de rostos sorridentes, nem um enredo em que o sofrimento é constantemente
justificado. Não há certos, nem errados. Não há a falta do perdão, mas também
não existem desculpas plausíveis para atos cruéis. É um livro que sabe mais do
leitor que o lê que dos personagens.
Hosseini ambienta no Afeganistão
o início de um amor incondicional que nem mesmo a ingratidão é capaz de apagar.
Transporta para a América o sofrimento provocado pela covardia, pela falta de
imposição do poder de decisão. E revela-nos, em dois continentes, como o amor,
o verdadeiro amor, age.
O Caçador de Pipas é uma obra de princípios fortes e universais que
modifica o leitor e o ambiente.
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