Postagens

Mostrando postagens com o rótulo IFAL

O amor nas terras da brutalidade

Imagem
Olhando para o sol quente sobre a grama do campo do IFAL e pensando nas dezenas de centenas de pares que caminharam sobre aquela grama ocorreu-me que o amor a que estamos acostumados está mais para cólera que afeto. Por uma questão de exemplos temos sempre a impressão de que o normal é que para uma relação ser boa ela precisa fazer uma das partes chorar e a outra viver em constante estresse e frustração. O amor parece nunca ser sinônimo de virtude por essas bandas nordestinas. Ele é sempre traduzido como presentes em uma ou duas datas "especiais". Ou o amor se traveste de luxúria e mostra-se apenas como carne e suor ou enruste-se de agressividade gratuita. Quase nunca é valorado positivamente. Então, para completar o quadro grotesco do amor nas terras da brutalidade temos a língua-do-povo para não deixar o pretenso corno e a suposta puta - sempre os outros - em paz. Ah, como é doce a puta alheia e o chifre do vizinho! Imagem: Music. Matisse.  E assim, seguindo os...

A graça dos roedores

Imagem
Foto: Cassaco no Jasmineiro. Ifal-Palmeira dos índios. Cledson Ramos. Um dos jasmineiros do campus do IFAL – Palmeira sempre atraiu os ratos e os seus familiares mais íntimos.  Em um passado não muito distante ratazanas andavam com as flores do jasmim no cabelo, exibindo aquela cara de drama e de romances à Nicholas Sparks, com um apimentado dramático de Stephenie Mayer. As ratazanas juvenis sempre gostaram das cores dos dois jasmineiros. Outro dia estava olhando para as primeiras flores dessa estação , em um fim de tarde, quando mensagens apareceram no meu WhatsApp, vinda pelo túnel do tempo, para lembrar que as ratazanas, assim como seus parentes mais próximos, fuçam até não poderem mais. Esses bichos são muito engraçados, principalmente quando crescem. Agora, pego com o rabo entre as pernas, o pobre cassaco vê-se descoberto nas suas peripécias. Muito bem fotografado, o pobre parece não ter aprendido com as fêmeas que passaram antes dele – a nunca deixar-se ser pega c...

Resultado Prêmio Ricardo Ramos

Imagem
PRÊMIO JOVEM ESCRITOR 2015 – V EDIÇÃO HOMENAGEADO RICARDO RAMOS CATEGORIA CONTO: 1º. LUGAR: Rafaela Maria Bezerra Duarte 2º. LUGAR: Joana D’Arc Fernandes Brito da Silva 3º.LUGAR: Beatriz da Costa Vieira CATEGORIA CRÔNICA: 1º. LUGAR: Rafaela Maria Bezerra Duarte 2º. LUGAR: Isabela Maria da Silva Guruba 3º.LUGAR: Valeria Patricia da Silva Alcantara CATEGORIA ARTIGO DE OPINIÃO: 1º. LUGAR: Carlos Eduardo da Silva Santos 2º. LUGAR: Diego José Sousa de Magalhães 3º.LUGAR: Isadora Maria da Costa Rocha   CATEGORIA POESIA: 1º. LUGAR: Sanielly de Melo Alves 2º. LUGAR: Ingrid Isabelly de Araujo Souza 3º.LUGAR: Daniela Vieira Barbosa CATEGORIA ESPECIAL SERVIDOR/COLABORADOR: 1º. LUGAR: Luciana Barbosa da Silva 2º. LUGAR: Zenilton Quaresma de Lira – 3º.LUGAR: Aguimário Pimentel da Silva MENÇÃO HONROSA Josefa Aline Oliveira Bispo

Palmeira açulada

Imagem
Palmeira dos Índios é uma cidade injusta com a própria história e com a produção intelectual que ocorre no município, desde sempre. Ler ainda é um problema (quem quer perder tempo lendo?, dizem alguns) e visitar museus (sim!, a cidade tem dois) é uma inatividade constante. Uma triste realidade na cidade onde andou gente como Jofre Soares e Graciliano Ramos ( e que já foi visitada pelo Ariano Suassuna e pelo rei do brega, o brega de verdade, Regionaldo Rossi). Mas não se desespere! Nem tudo está perdido, graças a todos os Deuses do mundo. Há ações que sustentam as esperanças. Uma dessas é a que trará o escritor Ricardo Ramos Filho para uma palestra de fomento à leitura e que também participará, junto com o imortal Carlito Lima,  da cerimônia de premiação do Prêmio Jovem Escritor. Se por um lado a população de Palmeira dos Índios é convidada a bater um papo sobre o mundo das letras com Ricardo; por outro, jovens serão incentivados a continuar escrevendo sobre outros mundos. No...

22 anos de Escola Técnica

Imagem
Em um dia como hoje ( 09 de agosto) de 1993 o primeiro aluno ultrapassava os portões da unidade da Etfal em Palmeira dos Índios, dando início às atividades acadêmicas, sociais e culturais. Treze anos depois eu caminhava pelos corredores do então CEFET-AL UNED PIN para fazer minha inscrição no processo seletivo para edificações. Devidamente maquiada e solícita, a Djenise foi quem deu a primeira impressão do que era aquele prédio. No ano seguinte, quando de fato fui aprovado para Eletrotécnica, o azul turquesa e o amarelo ouro passou a ser parte da pigmentação da minha cor (e de outros tantos) de pele. Como tantos antes e muitos depois, o CEFET-AL UNED PIN moldou muito mais que conhecimentos - fomentou ideias e oportunidades ousadas.  E até hoje os pequenos núcleos familiares das salas de aulas resistem (de formas divertidas). Há mais ou menos seis anos o azul e amarelo deram lugar ao vermelho e ao verde do que hoje chamamos de IFAL - Campus PIn. Novas cores, alunos velho...

Essas flores

Imagem
Jasmim - IFAL- Palmeira dos Índios Já se foram estações, suores, amores, lágrimas e quilômetros. Milhas foram acumuladas, batons acabaram em outras bocas, perfumes saíram de um corpo a outro. Seus olhares foram para outras retinas e deixaram brilhos em muitos lugares. Meus dentes morderam outros pescoços. Seus escritos deixaram de existir e minha letra só piorou. Seu cabelo continua ruim. O meu só cresceu. Você ainda é limitante. Eu, indefinido. O céu continua quente. A grama, verde só em alguns pontos. Suas palavras, de amor, desejo e raiva, ainda estão expostas no chão - nas flores só o frescor da noite. Já se foram duas eleições presidenciais. Anos em cálculo e desencontro. Criaram programas de TV ridículos e sem graça; programas sociais. E, apesar do tempo, as fores seguem seu rumo, servindo de lastro para outros tantos romances; espalhando perfumes e cores. O castelinho ruiu; o mundo partiu; aviões caíram; ônibus mergulharam em rios; facadas, tiros e mortes acontecer...

Verão particular

Imagem
IFAL - Palmeira dos Índios. Alagoas "Caia a tarde feito um viaduto E um bêbado trajando luto" O Bêbado e a Equilibrista O verão tem umas belezas bem particulares! A luz nem sempre tão amena, o calor nem sempre tão confortável. A brisa? Nem vou citar porque existem lugares que sequer corre uma. Tem mais. E sempre tem mais. Tem discussões acerca de fotografias. Tem a melancolia de um fim efêmero. Tem a incapacidade diante do inevitável. Tem luto. Tem amores findos. Tem pernas que não sabem aonde ir. Tem nuvens. O fim de um dia tem aquela mistura complicada de cores, sonhos, vontades. É um poço sem fundo. O que resta depois do sol é algo que ainda não se descobriu; a noite não deixa.

O Dianho

Imagem
Folhas e flores do jasmineiro do IFAL - Palmeira dos Índios Sabe, às vezes o amor bate à porta, dorme na horta e nunca está acordado quando se precisa dele. Às vezes vemos uma figura e pensamos que é o amor dormindo, de braços cruzados sobre os olhos. E quando chegamos perto - buuuum - é só um reflexo do desassossego. O amor tem pilantragens estranhas - gosta de cuspir na comida alheia, de sorrir em velório, de criar raízes em pés de gente. O amor é ladino! Cá para mim, esse tal de amor é espécie de dianho que morde o calcanhar da gente e espera nosso choro; e quando sequer o olhamos, ofende-se, grita com a gente, fica vermelho de raiva e diz 'destá!'. Outro dia ia passando sob o jasmineiro e o vi contando uma história - coisa mais estranha. De outra feita, os jambos estavam querendo cair - já não aguentavam mais tanta gente dizendo que eram vermelhos como o amor e do formato certinho de um coração.  O amor dá para endoidar até as plantas, quanto mais nós...

Cachorras em Alagoas

Imagem
A 14ª edição da Festa do Pôr do Sol foi um evento prime da tarde alagoana dessa quinta-feira, 29 de janeiro. Quem passou próximo ao Alagoinhas, ali na Ponta Verde, viu pessoas reunidas para saudar mais um fim de dia, a literatura, a arte plástica, a música, a blogosfera e a todos os tipos de entretenimento que faz de Alagoas ser Alagoas.  Uma festa para todos, de qualquer idade, com todo tipo de disposição e imaginação - o que importa é saber viver! E vivendo chegou-se a essa edição; 14 anos de divertimento fazendo história. Nessa tarde agradável tivemos o prazer de receber Cachorras , o mais novo livro do poeta, jornalista e compositor Claufe Rodrigues. Já lançado nas terras cariocas, Cachorras pisou pela primeira vez em Alagoas justamente na Festa do Pôr do Sol , em um cenário mais que adequado para uma recepção.  Com autógrafos, gargalhadas, encontros e reencontros o autor desse interessante enredo fez chegar até aqui as novidades de sua criação. A Festa, como...

As cordinhas da coincidência

Imagem
IFAL - Palmeira dos Índios A verdade é que estamos nas mãos das coincidências diárias e oxalá nunca saíamos dessas mãos! Às vezes saímos de casa para ir ao Shopping e morremos - de amor, de ódio ou só de morte mesmo. Outras vezes deixamos que a memória esqueça de lembrar das coincidências que nos movem e acabamos nos surpreendendo ainda mais com os fatos. Vez em quando, deixamos de ser gratos pelas coincidências surpresas e passamos a odiar o inesperado. O importante, no entanto, é que, independentemente do que aconteça , de quem conheçamos e de como estejamos quando as mãos-que-nos-movem  nos alcançar, sempre seremos as marionetes que vivem e respiram em um palco que costumeiramente muda de acordo o bel-querer dessas mãos. Para suportar as mudanças uns bebem, outros se revoltam, alguns tantos se matam e existem aqueles que se fecham em conchas para escapar do inescapável, o ritmo natural da vida. Sob essas cordinhas, conhecemos pessoas, aprendemos a ler, escreve...

Entrevista com Renata Ventura

Imagem
Renata Ventura em bate-papo com alunos das escolas Públicas Durante o III FOCULT - Fórum de Cultura e Territorialidade - e o I FLIJUPIN - Festival do Livro InfantoJuvenil de Palmeira dos Índios, a escritora Renata Ventura conversou comigo sobre seus livros, suas experiências e projetos na literatura. Renata, sempre muito simpática, voltará ao campus, esperamos, e é um prazer recebê-la. Esse bate-papo exclusivo encontra-se apenas aqui, por enquanto e espero que gostem! (Diferentemente do padrão, em que todas as entrevistas são escritas, o modelo gravado foi o mais oportuno e está dividido em quadros - dada a limitações técnicas.)

FLIJUPIN

Imagem
Palmeira dos Índios, muito antigamente, um reduto de cultura, já deu sinais de que não está dispostas a agonizar sem lutar. Em 2014 a cidade realizará a primeira edição do Festival InfantoJuvenil de Palmeira dos Índios - FLIJUPIN -, que homenageará o escritor alagoano Graciliano Ramos. O evento ocorrerá dentro do Fórum de Cultura - FOCULT -, realizado pelo Instituto Federal de Alagoas - Campus Palmeira dos Índios, em uma parceria com a livraria Tenda Cultural. Entre os dias 27 e 29 de novembro, portanto, jovens e adultos poderão inteirar-se um pouco mais do mundo literário através de participações especiais, como a da escritora Renata Ventura. O evento é aberto a todos, não apenas alagoanos. Mantenha-se sempre informado acessado http://flijupin.com.br.

Os balidos da ADUFS: greve de novo

Imagem
Deve existir, em alguma gaveta de armário de aço em uma sala qualquer, um cronograma simétrico onde estão registrados números específicos em que acontecerão greves e atos de repúdio à ordem instituída. E, mais uma vez, a Universidade Federal de Sergipe começa uma greve, sem sentido, sem razões, sem noções de bem comum. A vez agora foi dos docentes, que resolveram deflagrar um movimento um tanto suspeito. Didática 01 interditada -UFS A dez dias de chegar ao meio do período letivo, atraso pelo ato docente de 2012 e pela acumulativa greve do SINTUFS de 2014, a greve começa com portas de didáticas fechadas e o esvaziamento da Universidade “pelo bem da comunidade acadêmica”. Ora, pelo bem dos jogos da Copa; pelo bem do aproveitamento das festas juninas; pelo bem de mais um período de férias no meio do ano; jamais pelo bem comum. A pauta de reivindicação é tão obscura quanto uma nebulosa vista de um observatório sob as nuvens. Os discentes, aqueles que apoiam, têm tanta convi...

Ida

Imagem
Quente e sempre mais quente na mesorregião de Alagoas. E quanto mais quente melhor? Ou quanto mais sol melhor para morrer de calor, molhado no suor de não conseguir fazer nada? E em meio ao calor habitual e sempre crescente de Palmeira dos Índios, o IFAL continua com suas manias, mas melhor que antes. Na prática, nada ou pouquíssima coisa mudou na instituição. Os alunos continuam estudando e enfrentando os bons e velhos dilemas: aprovado ou reprovado? A diferença é que agora o câmpus está mais leve, mais saudável, mais sociável. E tudo isso foi alcançado com a maior naturalidade possível, com o poder da continuidade. Assim, sem muitos auês, cada coisa voltou para o seu lugar de origem, antes do mal, antes do bem. Entretanto, há quem diga que ficará com saudade da Princesa do Sertão alagoano. Sejamos sinceros, a nobre Princesa – Palmeira dos Índios - não adotou todo mundo que diz ser ela a sua “segunda casa”. Na verdade, a Princesa apenas adotou aqueles que realmente mere...

Roda Lítero-Musical Arte Contemporânea, Linguagens e Formação Profissional: Reflexões a partir da obra lítero-musical de Arnaldo Antunes

Imagem
Roda Lítero-Musical no V EIC IFAL - Palmeira dos Índios  (Texto na íntegra do discurso proferido durante a roda) A formação profissional oferecida pelas instituições de ensino, os Institutos Federais, por exemplo, são alicerçadas nos anseios da indústria, da construção civil, e das necessidades científicas e tecnológicas da sociedade brasileira e de cada fragmento comunitário local e regional que a forma. Nesse contexto, podemos separar as condições ideais em que são formuladas grades curriculares, testes avaliativos e experimentos laboratoriais que complementam a formação profissionalizante. A partir disso e das mais diferentes realidades em que nós, os alunos, estamos inseridos e que vivenciamos diariamente para ter condições físicas, emocionais e estruturais para cumprir as exigências de um futuro eminente, que cobra-nos responsabilidades até exacerbadas para uma idade de descobertas e aprimoramento daquilo em que somos capazes de fazer e que nos satisfazem, ...