A inquisição da Rosa
Uma das piores comparações já
feitas pela indústria é a que equipara a mulher a uma rosa. Além de ser brega e injusta
com a planta, é excludente se entender que nem só de belezas e simpatias femininas
é composto o vasto mundo terreno. Mulher não é uma rosa. Não cheira bem todas
as horas do dia, não tem bom humor sempre, nem todas são boas mães, nem todas são
merecedoras de um alegre e espontâneo parabéns – que, diga-se, na prática o
parabéns puro, sem estar seguido de uma recordação física, não tem valor algum.
Mulher é uma versão do gênero
masculino, com adaptações surpreendentes e muito necessárias, mas também são
cafajestes, machistas, hipócritas, indecentes, trabalhadoras e charmosas. E talvez sejam essas
características aliadas ao conceito de fragilidade – falsa – que torna o gênero
ainda mais intrigante e belo. A mulher não é fraca e, portanto, não pode ser
comparada a fragilidade de uma rosa indefesa – existem mulheres que sabem defender-se
muito bem!
No entanto e sem sombra de
dúvidas, os gêneros se completam e o feminino é indispensável à continuidade da
espécie. Além disso, sabe-se das mazelas que atacam todas as mulheres e de
todos os problemas que elas enfrentam. Só não é preciso exagerar: nem tudo na
vida da mulher são agressões e preconceito.
Todo dia é dia de maquiagem para
esconder uma noite mal dormida, seja por lágrimas seja por exercícios diversos, de não agressão, de respeito, de mensagens bregas,
de mulher virar homem, e vice-versa. Todo dia é dia de dar flores e fazer comparações
melhores que “uma mulher é igual a uma rosa”.
Mulheres, que pensam, trabalham,
estudam, divertem, alegram, impulsionam o mundo – principalmente o da
pornografia -, é sempre bom lembrar: a capa de coitada e indefesa é mais
destrutiva ao intelecto e autoestima que uma agressão física. Portanto,
mulheres, fiquem livres para aplicar um golpe mortal a quem tentar colocá-la
para baixo, com frases falsamente bem intencionadas.
A mulher sempre é mais do que aparenta ser.
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