Poder de fazer

Molhe da Atalaia Nova, na Barra dos Coqueiros - SE. Foto: Fabiana Costa



Qualquer um pode escrever um livro ou uma poesia e fazer do seu trabalho um evento público. Qualquer um é capaz de tocar um piano à beira de uma rodovia e fazer um sucesso momentâneo da mesma maneira que qualquer pode mudar os paradigmas das vidas de uns personagens do concretismo do mundo. Qualquer um é capaz de qualquer coisa.
No entanto, essa possibilidade de poder fazer é exatamente a barreira que os milhares de indivíduos desse planeta encontram para não fazer nada diferente. Fazer o diferente exige ousadia, capacidade e determinação: elementos que faltam ao bom gosto, ou a falta deste, e à iniciativa espontânea.
E, quando essa barreira é vencida, surgem os heróis, os ícones de um mundo acinzentado pela incapacidade de querer fazer ao não transpor a linha do comodismo. Qualquer um é capaz de fazer qualquer coisa e a indagação comum é: Por que não faz? Embora a resposta possa estar nas linhas já traçadas, também pode ser expressa pela vontade de não ser contrário a opinião alheia, tão pouco importante.
Fazer algo, por menor que seja e por mais insignificante que pareça, é uma tarefa fascinante e tão empreendedora que sequer pode ser exemplificada na horizontalidade de símbolos alfabéticos, mas que é recompensada não pelo sucesso público e pelas congratulações recebidas e sim pela consciência pessoal que não só é capaz como ousou em desafiar as leis do comodismo.
Qualquer um é capaz de mudar o mundo, no entanto querer mudar o seu mundo interior é um desafio ousado que não há aplausos na vitória, cujo resultado é a mudança efetiva do mundo exterior, real.

Super-Homem, Gilberto Gil

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