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Mostrando postagens com o rótulo preconceito

A capital desgraçada

Palco de mais um escândalo envolvendo a classe LGBTQI+, Maceió é a capital que poderia ser eleita uma das mais, se não a pior delas, em que essa comunidade mais sofre com preconceito e segregação. E o povo maceioense não restringe seu ódio apenas aos LGBTQI+. O ódio é estendido a quem é do interior, a quem é pobre e àqueles que não moram na poluída e desorganizada Ponta Verde. Para aqueles que conhecem a realidade alagoana sabe muito bem que a não muito a quantidade de gays e travestis assassinados e abandonados em canaviais era absurda. Programas como o Cidade Alerta e o Balanço Geral, atualmente, tinham parte de suas matérias voltadas a esses assassinatos. E geralmente eram as bichas enrustidas que assassinavam os pares depois de uma ou várias noites de sexo pago e clandestino.  A sociedade maceioense não está preparada para aceitar os próprios gays. Um exemplo disso é aquele professor de uma certa instituição pública federal encontrado morto dentro da própria casa e...

A prisão dos fracos

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Quadro: South of Scranton. Peter Blume. 1931. Metmusum Separados pela classe social - e pela incompreensível subdivisão autoimposta pelos pobres dentro da mesma classe -, pelas preferências musicais, sexuais e intelectuais, ainda temos as separações oriundas do orgulho e da vaidade, que nada mais fazem do que alimentar inverdades.  O amante que rotula o concorrente de gay, e a dúvida sobre o quão verdade isso é o deixa em estado de plena incerteza e insegurança; a mulher que nunca opina com medo de que sua expressão seja ofensiva ao amor da sua vida; a criança que grita sem ninguém jamais ouvir-lhe. Um mundo de necessitados que deixa que os rótulos, os mais diversos, sejam deuses de suas vidas.  O amante, inseguro, sempre estará na corda bamba da dúvida e, tornando-se mais um Bentinho, será corroído pela insensatez. A mulher, oprimida por si, jamais saberá o que é realmente estar sob o sol de suas próprias decisões e opiniões. A criança, sempre frustrada, será só m...

Detalhes de crendice/invencionice

A crendice do povo torna-se muito divertida, em algumas ocasiões. Peculiar em outras. Preconceituosa de vez em quando. Mas sempre cômica quando se trata de ideias perpetuadas pela crendice. E em Alagoas, no interior principalmente, não seria diferente. Outro dia estava viajando pelo interior, protegido do calor por um quase impotente condicionador de ar, tentando viver enquanto o automóvel caia em inúmeros buracos em alguns trechos quando, em uma cidade não muito grande, apareceu a crendice, mais uma vez, sob a forma inusitada de crucifixos acima das portas, ou pintados nela. Imagine uma cidade cheia de crucifixos nas portas ou acima delas, sem razões aparentes. É estranhamente peculiar. É de se crer a comunidade local é de uma fé muito fervorosa, ou de um temor tremendo Daquele que a todos pode exterminar. Ainda mais, é um pouco mórbido ter sobre a cabeça o símbolo, entre outras coisas, da morte perpétua. Fiquei a criar, então, as mais inusitadas situações em que os locais ser...

A triste mania de diminuir o sexo feminino

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Obra de Milo Manara O mal do mundo pode ser a violência, ou as moléstias. No entanto, o mal do mal do mundo é o achismo preconceituoso das pessoas, principalmente no que se refere à sexualidade alheia. Não raro, houve-se pessoas apontando o dedo indicador na direção de uma mulher, uma vez que são as principais vítimas e algozes – simultaneamente -, de modo que o objeto das interjeições e fofocas seja justamente o fato de aquela mulher tratar-se dignimamente, seja no âmbito de sua sexualidade ou de seu profissionalismo. Poucos gostam de pessoas que se tratam bem, que sabem seu valor e seu lugar no mundo. Para muitos, a mulher precisa ser ignorante, apesar dos avanços conquistados, e deve demonstrar sua submissão, inclusive sexualmente. Pura mediocridade de pensamento. As formas de tentativa de minimizar a mulher pelo simples fato desta ser ou não virgem antes do casamento demonstra apenas o nível de pensamento arcaico e extremamente medroso da sociedade, de modo que quan...

A inquisição da Rosa

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Uma das piores comparações já feitas pela indústria é a que equipara a mulher a uma rosa. Além de ser brega e injusta com a planta, é excludente se entender que nem só de belezas e simpatias femininas é composto o vasto mundo terreno. Mulher não é uma rosa. Não cheira bem todas as horas do dia, não tem bom humor sempre, nem todas são boas mães, nem todas são merecedoras de um alegre e espontâneo parabéns – que, diga-se, na prática o parabéns puro, sem estar seguido de uma recordação física, não tem valor algum. Mulher é uma versão do gênero masculino, com adaptações surpreendentes e muito necessárias, mas também são cafajestes, machistas, hipócritas, indecentes, trabalhadoras e  charmosas. E talvez sejam essas características aliadas ao conceito de fragilidade – falsa – que torna o gênero ainda mais intrigante e belo. A mulher não é fraca e, portanto, não pode ser comparada a fragilidade de uma rosa indefesa – existem mulheres que sabem defender-se muito bem! No entan...

Índio

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Índios amazônicos Os dias correram para essa data quase desimportante, não fosse as particularidades que envolvem a figura do Índio na sociedade, que não podemos chamar de branca, no caso do Brasil. Reservar um dia para os índios deveria ser um ato pelo qual a cultura indigenista pudesse fortalecer-se em meio ao desenvolvimento tecnológico e ao avanço da civilização sobre os meios de vida dos Índios. Entretanto, o que ocorre é uma deturpação, inclusive pelos próprios, de toda funcionalidade deste dia, que ocorre pela onda generalizada de intocabilidade crítica sobre o povo indígena, de um modo geral.  Quando colocamos os negros, pardos, indígenas e os pobres em um pedestal intocável em que todos esses são coitadinhos, vítimas de um espectro destruidor de toda forma de vida e cultura, não podem ser criticados por seus atos, mesmo que infames e anárquicos, então começamos a criar verdadeiros monstros que serão, e já começaram, capazes de aniquilar a forma mais simples de man...

Preconceito pode

Todos, sem exceção, têm o direito de ter preconceito, de qualquer natureza e sob qualquer forma, e de fomentá-lo da maneira que melhor achar. No entanto, não têm o direito de manisfestá-lo. É fácil encontrarmos textos e defesas orais que defendam a extinção ou a banalização dos do preconceito, inclusive neste mesmo veículo. Entretanto, o ato de excluir o preconceito é uma forma também de exerce-lo no estado mais primitivo uma vez que para esse fim utilizamos meios extremistas. Ter o direito de ser preconceituoso não quer dizer ser manifestamente já que a lei impede tal ato e, mesmo que não impedisse, seria uma deficiência social as formas de exteriorização desse tipo de sentimento. E pode ter preconceito por tudo, desde que contido em seu pensamento e não nos atos. Devemos considerar ainda que, mesmo legalmente proibido, o preconceito manifesta-se em todos os setores da sociedade como qualquer outra forma de pensamento e é disseminado por meios de comunicação em massa e por ind...

Denegrir

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Tornar-se negro não é apenas declarar-se! A negritude está no molejo do andar e no gosto pela comida. Na dança ritmada e na alegria de compor novidades em teias de dificuldades. E foi justamente da dificuldade que surgiu a riqueza culinária e cultural do Brasil. Através de muita luta e sofrimento, mas também de coragem e devoção alicerçamos nossa nação em princípios inalienáveis da etnia negra. Derrubamos mitos e, aceitando os problemas de frente, estamos conseguindo reverter o preconceito secular sobre os de pele escura. Os eufemismos agora tomam conta de tribunais, não de exceção, e de escolas propagados pela ideia de eliminar o preconceito. Breve retrocesso da casa grande! O negro tem que se assumir sua cor não para entrar em universidades e processar outros seres, muitas vezes de intelecto mais fraco e perturbado, mas para mostrar a beleza da cultura e a força, inclusive biológica, da negritude. Embora estejamos vivendo um período em que a negritude é forma de van...