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A inquisição da Rosa

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Uma das piores comparações já feitas pela indústria é a que equipara a mulher a uma rosa. Além de ser brega e injusta com a planta, é excludente se entender que nem só de belezas e simpatias femininas é composto o vasto mundo terreno. Mulher não é uma rosa. Não cheira bem todas as horas do dia, não tem bom humor sempre, nem todas são boas mães, nem todas são merecedoras de um alegre e espontâneo parabéns – que, diga-se, na prática o parabéns puro, sem estar seguido de uma recordação física, não tem valor algum. Mulher é uma versão do gênero masculino, com adaptações surpreendentes e muito necessárias, mas também são cafajestes, machistas, hipócritas, indecentes, trabalhadoras e  charmosas. E talvez sejam essas características aliadas ao conceito de fragilidade – falsa – que torna o gênero ainda mais intrigante e belo. A mulher não é fraca e, portanto, não pode ser comparada a fragilidade de uma rosa indefesa – existem mulheres que sabem defender-se muito bem! No entan...

Vida metropolitana

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Aracaju-SE A vida em uma região metropolitana é completamente desafiadora quando se tem a consciência de quê irá morrer, mas que esse é um evento que poderá muito. E é desafiador pela simples razão de que se tem uma gama extremamente diversificada de programas culturais à disposição, todos os dias, frente às opções de um futuro, cujo término já é conhecido, e que fazem com que a vida seja traduzida em simplórios números e linhas quentes de asfalto. Falta à sede metropolitana a tranquilidade de um bucolismo bem vivido, mesmo que a qualidade de vida seja alta; falta a desimportância do urgente; faltam as paixões de festas sem luxo; faltam lendas campestres mescladas com as urbanas; falta a dificuldade de manter a elegância, mesmo quando não se pode ser charmoso; falta o espírito do movimento espontâneo de pesos, pessoas e situações. Por outro lado, possui os recursos da agitação e da demasiada aglomeração de gente. Não seria exagero mencionar que os amores de uma metrópole ...