A inquisição da Rosa

Uma das piores comparações já feitas pela indústria é a que equipara a mulher a uma rosa. Além de ser brega e injusta com a planta, é excludente se entender que nem só de belezas e simpatias femininas é composto o vasto mundo terreno. Mulher não é uma rosa. Não cheira bem todas as horas do dia, não tem bom humor sempre, nem todas são boas mães, nem todas são merecedoras de um alegre e espontâneo parabéns – que, diga-se, na prática o parabéns puro, sem estar seguido de uma recordação física, não tem valor algum. Mulher é uma versão do gênero masculino, com adaptações surpreendentes e muito necessárias, mas também são cafajestes, machistas, hipócritas, indecentes, trabalhadoras e charmosas. E talvez sejam essas características aliadas ao conceito de fragilidade – falsa – que torna o gênero ainda mais intrigante e belo. A mulher não é fraca e, portanto, não pode ser comparada a fragilidade de uma rosa indefesa – existem mulheres que sabem defender-se muito bem! No entan...