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Malandragem para nós!

Quantas chances desperdiçam todos os dias com diminutas e desvalorizadas manias! E o mundo é um amontoado de manuais: para escrever, para falar, para comportar-se bem, para não fazer isso ou aquilo. E de que vale tantas folhas vazias de vida? Por acaso tem feito algo mais que ler e tentar entender o que é permitido e o que é proibido para a nobre opinião de um e outro que pode, não raro, se julgar mais sábio? Sabedoria é ir passando e dando sorrisos, irônicos, sinceros, despreocupados e mostrar a si que não importa o que digam ou o que façam: a graça pé a surpresa! E em mais um dia foram todos trabalhar, brigar com o trânsito, fazer intrigas nos setores de trabalho e planejar a vida medíocre de mais uma noite rotineira. E no meio disso, onde está aquela descontração de desviar-se do caminho habitual, entrar em um cinema, ou ir a uma praia qualquer, ou simplesmente entregar-se à preguiça voluptuosa? Aos que provocam o mundo, como o inesquecível Nelson Rodrigues, que...

Campanha

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No período eleitoral as campanhas realizadas pelos candidatos, de um modo geral, é realmente o que se pode classificar como deprimente.  Paródias de músicas, na maioria dos casos já terríveis, métodos de propaganda e publicidade ainda mais estranhos e ineficientes, e os santinhos!  Os santinhos dos candidatos, independente do cargo pleiteado, é a prova cabal de que não limite para o ridículo no meio político. Nos retangulares pedaços de papel distribuídos em quase todos os lugares, gratuitamente – imagine isso! Era para ser pago para que não juntássemos coisas desnecessárias como essa -, é uma verdadeira mentira bem montada. Nesses santinhos pessoas quase mortas, ou inegavelmente envelhecidas, ou estupidamente feias, ou categoricamente ridículas, ou simplesmente desprovidas do bom gosto divino aparecem com um rosto metodicamente modelado e com uma estampa sorridente capaz de convencer o diabo que o inferno é mais doce. E diante de técnicas capazes de refazer um r...

Mentira, sua verdade!

Mentiras - Adriana Calcanhoto Mentiras existem para persuadir, dissuadir, iludir a si e a outrem. São feitas da mesma matéria que a verdade e são de um material tão bom que resistem ao mais íntimo estado de espírito e ao mais silencioso dos pedidos. Mentira é o nome de verdades largadas ao vento e de todos os seres indispensáveis. Mente-se para esconder um fato, uma realidade crua, um status. Mente-se para tentar sobreviver e para superar (o quê?). Mente-se para carregar os partos de animais e pessoas, que sempre geram problemas. Mente-se para deixar sobre caminhos tudo àquilo que não faz parte de uma vida. Mente-se para andar. Mente-se para estar bem. Mente-se para procurar um bem. Mente-se para acordar e mente-se para seguir, sempre em frente. E quando se constrói um emaranhado de mentiras, nada resta a não ser a opção da verdade, variável, sempre transformista. Verdade não também não é confiável, mas faz parte intrínseca da mentira. Verdade. Mentira. Escolha. ...

Janelas

Sempre diferentes, as janelas são exemplarmente a representação daquilo que não se pode mudar, embora talvez sempre se queira. Quadrados de personificações variáveis, de tamanhos não definidos, exatamente, de vistas sempre modificadas pelas mudanças na urbanidade das pessoas, pelos movimentos dos ventos, pelos pensamentos que voam para muito além de um infinito de pedras ou serras. Janelas são identidades de uma perspectiva sempre viva, apesar de devastada pelos deveres, em algumas vezes, mas que conservam, em sua razão de existir, a necessidade de mais um vislumbre para a noite, a madrugada, o dia amanhecendo ou um crepúsculo inexpugnável. Janelas, ou a ideia que fazemos delas, são simplesmente um dar de ombros sobre a realidade e seus paradigmas e uma visão, alargada pelas frestas de um futuro sempre presente que faz com que a racionalidade de um momento seja perdida entre o focalizar das retinas em um ponto negro no céu sempre azul, ou em uma estrela, que mais ...

Batalhas mil

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O óleo saltita entre o metal quente e as gotículas de água, incrustadas na carne gelada, em uma frenética dança extremamente quente e perigosa. Para tantas ilusões sobre como queimar a carne de maneira que o sabor não fugisse ao bom gosto. E foram lutas ardentes de um lado e de outro. Os flancos sempre perdendo e o centro da batalha nada tinha de vencedor. Entre semiqueimaduras, estilhaços de carne e muita destruição, o tempo fez passar entre os combatentes suas perspectivas de vitória e derrota. A ajuda chegou rápida, embora sempre gargalhando sobre como uma coisa tão pequena se transformara em algo tão divertido e peculiar. A arma mais poderosa usada, então, foi a orientação de uma árdua combatente, acostumada a vencer a luta travada contra um fogão, uma panela e a ousadia dos fritantes! Por meio de ondas de internet , a feitiçaria atravessou montanhas e rios, percorrendo uma distância incrivelmente grande, e fez cair, vencido, a coisa ousada. Ah, essas feiticeiras ! ...

Pais e filhos: Momento inseguro

Pais e Filhos - Legião Urbana A maravilhosa data do dia dos pais trará mais um “belo” reencontro entre pais e filhos. No Brasil, onde a justiça se mostra benévola para com os presidiários e familiares, as ruas já começaram a lotar de facínoras. E no clima pouco agradável do comércio pouco aquecido, mais o agravante de assaltos e de todo tipo de banditismo, comemore essa data. Exponencialmente inferior à datas passadas, como dia das mães e festas juninas, o dia dos pais parece que será, mais uma vez, um pretexto para desafogar o sistema carcerário nacional. Sendo, pois, o caminho inverso do que se poderia chamar de justiça, a saída de presidiários não significa, propriamente, uma forma de humanização e reintegração daqueles na sociedade. Pague-se o que deve, apenas. Sem alardes e sem tentar humanizar o que não se pode. Evidentemente não se enquadra todos os detidos, mas uma parcela grande o suficiente para fazer aumentar, dependendo da cidade e da população, de forma ...

Para você..!

vento no litoral Quando as palavras fizeram do tempo uma ampulheta inútil e uma grande neblina havia caído sobre as nossas cabeças, tinha se perdido o foco entre os achados guardados e nada parecia mais que uma ilusão entre olhos e pele. No ranger de portas novas e o desinstalar de programas fizemos de uma possibilidade o ocaso que acalenta a todos, menos a quem realmente devia. E caíram as folhas do outono sobre a grama pisoteada e nenhuma forma de vida foi capaz de restaurar a antiga ordem. E que ordem? Deixaram para trás aquilo que mais importava tentando realizar grandes feitos, com grandes promessas e diversas maneiras de viver um algo algoz. Nada restou entre o último grão da ampulheta e o reflexo cristalino nos rios pelos quais passaram. O sol continua lá. Nada mudou, se remexer entre pertences próprios escondidos nos baús do contentamento. Se alguém pensa em procurar perfeição, desista! Pode ser perfeito em imperfeições, cujos sinais sempre caem sobre um prato a...