Malandragem para nós!






Quantas chances desperdiçam todos os dias com diminutas e desvalorizadas manias!
E o mundo é um amontoado de manuais: para escrever, para falar, para comportar-se bem, para não fazer isso ou aquilo. E de que vale tantas folhas vazias de vida? Por acaso tem feito algo mais que ler e tentar entender o que é permitido e o que é proibido para a nobre opinião de um e outro que pode, não raro, se julgar mais sábio?
Sabedoria é ir passando e dando sorrisos, irônicos, sinceros, despreocupados e mostrar a si que não importa o que digam ou o que façam: a graça pé a surpresa!
E em mais um dia foram todos trabalhar, brigar com o trânsito, fazer intrigas nos setores de trabalho e planejar a vida medíocre de mais uma noite rotineira. E no meio disso, onde está aquela descontração de desviar-se do caminho habitual, entrar em um cinema, ou ir a uma praia qualquer, ou simplesmente entregar-se à preguiça voluptuosa?
Aos que provocam o mundo, como o inesquecível Nelson Rodrigues, que completa hoje cem anos, congratulações por ferir uma falsa modéstia e abalar o muro de hipocrisia que assola os tão nobres homens da sociedade civilizada.
Precisa-se, passou do tempo, de deixarmos de querer ser o anjo que vai entrar no céu, depois do último dia.
A vida é curta e precisamos fazer e experimentar; voltar a trás sempre que achemos necessário; ir e olha para frente e de lado sempre que quisermos; cair de cabeça em uma experiência e arrastar todos aqueles que gostaríamos que estivesse junto; de pararmos de buscar a perfeição onde não existe e deixar para a imaginação essa história de amor puro, que tanto faz as pessoas “sofrerem”. Aceitemos: o amor é a expressão do sexo exposta sempre que estão em público. Também são outras coisas, mas é mais isso também.
Sejamos vigaristas!
Roubemos corações e carteiras e busquemos, depois de uma boa festa ou de um passeio despreocupado, o melhor lugar para estar rindo e contando piadas. A vida é curta e você está perdendo tempo!




"Falta ao virtuoso a feérica, a irisada, a multicolorida variedade do vigarista.”

Nelson Rodrigues.

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