Campanha




No período eleitoral as campanhas realizadas pelos candidatos, de um modo geral, é realmente o que se pode classificar como deprimente.  Paródias de músicas, na maioria dos casos já terríveis, métodos de propaganda e publicidade ainda mais estranhos e ineficientes, e os santinhos!
 Os santinhos dos candidatos, independente do cargo pleiteado, é a prova cabal de que não limite para o ridículo no meio político. Nos retangulares pedaços de papel distribuídos em quase todos os lugares, gratuitamente – imagine isso! Era para ser pago para que não juntássemos coisas desnecessárias como essa -, é uma verdadeira mentira bem montada. Nesses santinhos pessoas quase mortas, ou inegavelmente envelhecidas, ou estupidamente feias, ou categoricamente ridículas, ou simplesmente desprovidas do bom gosto divino aparecem com um rosto metodicamente modelado e com uma estampa sorridente capaz de convencer o diabo que o inferno é mais doce.
E diante de técnicas capazes de refazer um rosto inteiro, mesmo com dias de trabalho árduo, percebe-se, com não muito esforço, que para determinadas candidaturas isso é completamente incapaz de tornar um rosto bonito ou um sorriso menos falso – tendo em vista a colocação de uma expressão agradável no santo.
Quanto mais o tempo passa e quanto mais aquelas paródias infames insistem em ferir os ouvidos dos eleitores, bajuladores ou não, mais se aproxima o tempo em que as múmias irão deixar o sarcófago e vão pegar nas mãos de tantos transeuntes existirem nas ruas e casas, ainda que fechadas.
E mesmo com o fantasmagórico retrato numerado e com as não tão agradáveis melodias, perguntam-se, após o pleito, a razão de não terem ganhado a distinta corrida eleitoral. Alguém arrisca a razão?

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