A prisão dos fracos

Quadro: South of Scranton. Peter Blume. 1931. Metmusum

Separados pela classe social - e pela incompreensível subdivisão autoimposta pelos pobres dentro da mesma classe -, pelas preferências musicais, sexuais e intelectuais, ainda temos as separações oriundas do orgulho e da vaidade, que nada mais fazem do que alimentar inverdades. 
O amante que rotula o concorrente de gay, e a dúvida sobre o quão verdade isso é o deixa em estado de plena incerteza e insegurança; a mulher que nunca opina com medo de que sua expressão seja ofensiva ao amor da sua vida; a criança que grita sem ninguém jamais ouvir-lhe. Um mundo de necessitados que deixa que os rótulos, os mais diversos, sejam deuses de suas vidas. 
O amante, inseguro, sempre estará na corda bamba da dúvida e, tornando-se mais um Bentinho, será corroído pela insensatez. A mulher, oprimida por si, jamais saberá o que é realmente estar sob o sol de suas próprias decisões e opiniões. A criança, sempre frustrada, será só mais um vivente que em nada acha eco.
É a vaidade e o orgulho que tornam indivíduos assim escravos de um sistema autoimposto. Aqueles que com rótulos convivem e renegam-lhe ao esquecimento jamais serão escravos, nem mesmo dos próprios preconceitos.

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