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Mostrando postagens com o rótulo arte

Vida imposta

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Obra: Convalescent, Mme Lepère. Auguste-Louis Lepère. Met. Sob este mesmo céu ainda ouço o estalar do chicote e o sangue que de mim escorre Sob esta mesma pele sinto a vida e a tristeza que de mim se desprende em ondas em dores em saudades Sob esta vida que me impôs sob este céu que me obriga a viver sinto as feridas que faz mim uma triste e feliz existência

O EU e o OUTRO

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Arte: The Disillusioned Medea. Paulus Bor. Met. Integrar dois mundos de modo que manias, medos, aspirações e paixões sejam suficientemente próximos nas mais diversas situações é o grande desafio dos relacionamentos. Integrar dois mundos é integrar duas pessoas em um mesmo universo paralelo que se estende do EU para o OUTRO sem os intermediários que, comumente, podem ser encontrados nas relações de boa vizinhança e de trabalho. Essa integração, por vezes conturbada, confunde-se com o sexo e o desejo causando problemas gigantescos aos envolvidos. Filhos, abortos, animais e plantas de estimação, familiares, religiões, costumes e hábitos passam pela metamorfose provocada pela ação do relacionamento e terminam com suas definições e seus paradigmas profundamente alterados. É por isso que superar um relacionamento não é fácil e sempre muito traumático. Por isso, quando observamos um casal em franca discussão em dias de chuva ou no começo de um dia, com a madrugada sendo raiada p...

Cienart 2014

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A Feira Estadual de Ciências, Tecnologia e Artes de Sergipe – Cienart - está com inscrições abertas para submissão de trabalhos até o dia 31 de julho. Podem participar professores e estudantes da Rede Pública (estadual, municipal e federal) e particular de Sergipe. A Cienart está no seu terceiro ano e segue em uma linha de sucesso na promoção da Ciência, Arte e Tecnologia; no incentivo à inovação; na valorização dos docentes e na criação de um ambiente propício para a criação de ambientes incentivadores em todas as escolas. Em 2014, as Oficinas da Feira, com o apoio da Secretaria de Estado da Educação de Sergipe  - SEED – percorreu as Diretorias Regionais de Educação orientando e incentivando os docentes em fazer e promover a ciência. As informações importantes bem como mais detalhes podem ser encontradas no site da Cienart ou em sua página no Facebook. Site

Arte de morrer

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Não é uma questão de “se”, mas de quando vamos morrer – ter o rosto espremido pela terra ou carbonizado por uma boa ação para com o corpo de quem foi para o muito além da mesquinhez humana. Há de se considerar que morrer é somente ruim pelo fato irremediável de que quem morre não pode voltar para fazer lamentações ou exultar de alegria. Não rever os parentes – nem sempre tão amados -, os bichinhos de estimação ou um amor romântico – que em geral só ocorre nas produções cinematográficas é o que há de aterrador e inconsolável. Morrer devia ser um ato quebrável, unilateralmente, por qualquer das partes e sempre no interesse mesquinho, ou seja, a bel prazer do desejoso. Talvez as maneiras mais inusitadas e banais de morrer sejam desagradáveis, inglórias, sem graça. O ato de perder o sopro da vida devia ser tão monumental quanto os noves meses de gestação em que tudo é comemorado. Morramos. Com glória. Com altivez. Com dignidade.

Entrevista com Roberto Dalmo

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Roberto Dalmo A entrevista de hoje é com o educador, poeta e escritor Roberto Dalmo Varallo Lima de Oliveira. Nesta semana, a temática é a interdisciplinaridade entre educação e arte, no contexto social do indivíduo. Dalmo, carioca de Niterói, licenciado em Química pela Universidade Federal Fluminense e Mestrando em Educação em Ciências pelo CEFET - RJ, fala sobre sua experiência nesse contexto, sobre suas obras e evidencia a capacidade humana de inovar e fazer mais e melhor.  Rafael Rodrigo:  O que é educação, para você? Roberto Dalmo:  É preciso ter calma e cuidado nessa hora... Educação, para mim, é um processo amplo que visa à nossa transformação em seres humanos sociáveis, ou seja, capazes de interagir com outros seres humanos.  É bacana entender isso como um processo que não ocorre apenas na escola, mas a escola é um dos caminhos.   R.R.:  Como a arte e a educação se encaixam nas escolas públicas, onde as dificuldades no ...

SNCT - CIENART

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A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT – começou em todo o país. Em Sergipe, um dos principais eventos dessa Semana é a Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Arte de Sergipe – CIENART – que ocorrerá no Iate Clube de Aracaju no próximo dia 25 de outubro. Logo da CIENART A CIENART contará com a participação de professores e alunos de escolas públicas (municipal, estadual e federal) e privadas nas modalidades Trabalho Escolar, Iniciação Científica (PIBIC Jr) e Artística. Durante a Feira os discentes e docentes têm seus trabalhos reconhecidos e premiados, por categoria e modalidade. Desse modo, incentivam-se os professores a inovar em suas respectivas escolas, procurando melhorar o processo ensino-aprendizagem e aperfeiçoando técnicas já implantadas em salas de aula. Juntando ciência, arte e tecnologia é possível obter resultados surpreendentes e inovadores, que podem ser aplicados na própria escola e na comunidade próxima. Assim, após ter uma semana inteira ...

Uma escultura, um cuidador/guardião e um tentador

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Toda escultura precisa ser cuidada por um artista, independente do tipo de trabalho que este faz. Precisa ter seus desejos, inclusive os inenarráveis, satisfeitos. Precisa ser satisfeita de tantos modos e por tantas maneiras diferentes que apenas os que realmente conhecem, por hereditariedade, a matéria pela qual foi feita a inigualável escultura é que pode realizar proezas colossais em nome da satisfação pessoal e íntima de determinadas obras primas. Em verdade, são fáceis de serem agradadas, mas somente poucos têm a capacidade de fazer verdadeiras artes em cima da criação, tornando-a, em muitos casos, em nova e melhorada obra de um terceiro artista, o cuidador. O ato de cuidar, satisfazer, despertar os instintos e a curiosidade não é exatamente um dom que pode ser dito como popular, pois nem todos os que desejam possuem, naturalmente, os elementos necessários à satisfação, ao cuidado, ao despertar instintivo e à curiosidade de majestosas criações. Entretanto, há alguns que t...

Um poema despretensioso

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Arte: Winter Trees, Reflected in a Pond, William Henry Fox Talbot. Met. Vermelho, Verde, Azul Vermelho O batom desnecessário da sua boca Os lábios que ornam um belíssimo rosto Os olhos que iram-se e choram As Lágrimas que não eclodem A paixão incontida A incontinência do tempo Azul, Verde, Vermelho Verde Que não são dos olhos teus - e que bom que não são teus olhos verdes A grama que chama-nos ao sono ou à carícia O carinho que nos adormece A dormência do prazer O gozo da felicidade Verde, Azul, Vermelho Azul Do seu Céu Da sua íntima roupa Dos fios do seu pudor Despudorada inteligência Azul sem tom Tom sem Jobim Vermelho, Azul, Verde Cada cor em sua pele A cútis de agrado aos olhos Os olhos que sorriem Aluz dos olhos A janela do Arco Ora íris, ora Ília

Origem Uterina

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Arte Abstrata Há quem discuta sobre religião, política, moda e relacionamento, fazendo desses temas o eixo principal de tudo o que existe de filosofia no mundo paralelo das calçadas. Ainda existe quem discute se choverá e de onde vem o homem, quando muito. E embora seja mais fácil surgir a pergunta que a resposta, não existe quem aceite a origem   tão simplória do homem. Sim, origem simplória! O homem não vem de outro planeta. Não vem de outra dimensão. Não está circunspecto em uma redoma de nobreza. Também não é obra do acaso. E, para a desilusão de milhares, o homem vem do útero! Exatamente do útero, órgão do sistema reprodutivo feminino, situado atrás da bexiga e na frente do reto. Esse órgão, oco, é que abriga o homem e faz o maior esforço para que, em um período não superior a nove meses, nasça o espécime cuja imagem e semelhança todos conhecem. Mesmo assim, ninguém o reconhece. Pobre útero! Se tivesse vontade própria certamente reclamaria dos créditos que ...

O ano mais longo da história

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Dominique LeComte No ano acadêmico mais longo que já existiu, crianças foram concebidas entre o cálculo de curva e a discussão filosófica de tudo o que é permitido e proibido entre as quatro paredes de uma sala de aula universitária. Um período que desafiou a paciência de discentes bem humorados e a sacanagem de docentes mal intencionados. O ano em que o Papa renunciou em pleno Carnaval, em que foi anunciado a construção do Templo Mórmon do Rio de Janeiro, em que inúmeros desentendimentos provocaram vários finais inesperados entre almas não-gêmeas. Um ano que entrou no calendário alheio e fez 13 virar 12 por força das circunstâncias e dos fatos.  Nesses dezessete meses, foram tantas as inovações que surgiram, tantas outras oportunidades que apareceram do inesperado cotidiano, tantas partidas, chegadas e despedidas que somente o tempo fará a poeira assentar sobre os móveis velhos que, como o 2012 que insiste em não terminar, resistem às intempéries. O clima sempre foi ...

Do outro lado da parede

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Arte Abstrata As pessoas têm o hábito de esperar aquilo que, talvez, não se pode esperar e acabam se decepcionando. Ah!, essas decepções são apenas frutos da imaginação de quem só espera. E isso é um dom de muitos! Entretanto, contrapondo-se a esse movimento gerador de desilusão está a curiosidade, ou melhor, a forma de pessoas inquietas olharem, de longe e sem interesse, a vida alheia. Pois é assim que se desenvolve a vida de muita gente, ou pouca se comparar com aquelas que se decepcionam. Imagine então que os indivíduos que moram em casas alugadas sabem que o imóvel nunca será seu e, portanto, seus vizinhos podem ter uma vida tão inconstante quanto a sua. E de mudanças na casa do lado, todos sabemos um pouco da vida alheia. Em uma dessas mudanças – apenas mais uma na rede finita de mudanças possíveis já feitas – acabei dividindo uma parede com um casal bem à moda década de 80, quando a mulher era apenas a dona de uma casa não dela, nos anos iniciais de sua adolescê...

Chuva ensolarada

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Colina do Santo Antonio. Aracaju - SE. Foto de  César Oliveira Existe quem prefira o céu aberto, radicalmente dominado pelo sol. E poucos gostam da chuva que ora traz o frio ora traz o calor para junto de quem vê o dia e não apenas as obrigações. No entanto, a maior beleza não está no sol ou na chuva plenos, mas na chuva seguida de sol, frio, tímido, a secar as gotas de água penduradas em telhados e folhas de árvores. Nesse encanto de estado em que nem tudo está claro, nem tudo frio; nem tudo seco, nem tudo molhado, pode-se ver o vento ralo escorrendo entre os galhos das árvores, de folhas largas e perfume inebriante, em uma manhã qualquer. Vento que traz a tranquilidade de um início longo de fim desconhecido. A chuva pode representar, para alguns, a tristeza recolhida cujas lágrimas assemelham-se às gotas caindo do alto das nuvens. O sol, pode igualmente representar a alegria e toda a dinâmica da vida. Porém, se olhar para a chuva seguida do sol terá o sentido real pe...