Origem Uterina



Arte Abstrata

Há quem discuta sobre religião, política, moda e relacionamento, fazendo desses temas o eixo principal de tudo o que existe de filosofia no mundo paralelo das calçadas. Ainda existe quem discute se choverá e de onde vem o homem, quando muito. E embora seja mais fácil surgir a pergunta que a resposta, não existe quem aceite a origem  tão simplória do homem.
Sim, origem simplória!
O homem não vem de outro planeta. Não vem de outra dimensão. Não está circunspecto em uma redoma de nobreza. Também não é obra do acaso. E, para a desilusão de milhares, o homem vem do útero!
Exatamente do útero, órgão do sistema reprodutivo feminino, situado atrás da bexiga e na frente do reto. Esse órgão, oco, é que abriga o homem e faz o maior esforço para que, em um período não superior a nove meses, nasça o espécime cuja imagem e semelhança todos conhecem. Mesmo assim, ninguém o reconhece.
Pobre útero! Se tivesse vontade própria certamente reclamaria dos créditos que não lhe são facultados quando a beleza, ou a feiura, a inteligência, ou a estupidez, marcam uma pessoa no decorrer de toda uma vida.
É do útero que aparecem as grandes mentes e as mais deploráveis também. E, no entanto, ninguém liga para ele. Acometido por doenças, desprezado por muitos que não aceitam a origem simples, o órgão segue realizando seu papel motivador e desenvolvedor da raça humana!
E, nas calçadas da vida, um dia, em algum lugar, alguém vai sentir o útero; e, dentro dele, poderá ter mais alguém!

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