Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Realidade

Salvos pelo tapa do pessimismo

Imagem
  Objeto: Auguste Barre, Medalist: Jules-Clément Chaplain. Met. Um pouco de realidade e pessimismo faz bem. Sempre faz. Muitos de nós, mesmo vivendo na ilusão de vídeos curtos das redes sociais, jamais teremos uma casa de luxo, nunca saberemos como é estar dentro de um carro de luxo e comer alimentos de alto padrão de qualidade.  Muitos de nós, invejando e desejando a arquitetura da casa de um famoso, o carro confortabilíssimo de um "influencer" e a rotina de um multimilionário, passaremos a vida comendo ultraprocessados feitos de químicos com sabor de tal alimento, com a textura de tal produto - sem jamais chegar a degustar o alimento verdadeiro.  Fingimos falar outro idioma quando na verdade sabemos uma ou duas palavras - o suficiente para fingir que compreendemos o que os personagens de séries e filmes medíocres estão falando. No máximo, viajaremos alguns quilômetros e não tocaremos a realidade do nosso próprio país porque a parca educação que recebemos é suf...

As várias faces

Imagem
Ilustração: Gabriela Santos. Faces de Um Marajá, 2019. Libertos dos rótulos opressivos de uma sociedade que cambaleia entre a decadência e a aspiração de um mundo melhor, uma utopia, conseguiremos pincelar nossos pensamentos sobre os outros e sobre nós mesmos.   Um dia, sem as correntes de um pseudo politicamente correto,  conseguiremos falar boceta, cu e  rola sem a capa da vergonha que cobre os santos viventes e frequentadores de bares e igrejas e iremos admitir que gostamos de sexo, pensamos em sexo e vivemos graças ao ato animalesco do sexo. Essa ilustração,  de Gabriela Santos, nada mais é que um retrato (meu) na paz de um sono tranquilo de quem trepa como um bicho e vive, muitas vezes,  pior que os bichos. A ilustradora deixou clara sua intenção.  Que os "puritanos" purifiquem-se.

Noite Bruxa

Imagem
Quando resolve explicar algo a alguém realmente faço isso acreditando no que digo, ainda que pareça uma loucura inimaginável. E quando falo, além da minha opinião, tem a opinião de pessoas mortas - escritores, celebridades, não-famosos. E nem sempre o meu parecer tem aspecto de pensamento linear ou politicamente correto .  Algumas pessoas, ou ouvirem-me falar, revelam uma expressão de perplexidade e outras são mortalmente contrárias, ainda que minha expressão seja a de desprezo pelo contraditório só pelo contraditório. No dia das Bruxas, que é também o dia de comemoração do nascimento do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, que precede a comemoração macabra de Todos os Santos e de Finados, não é difícil ver por aí minhas palavras ecoando e relembrando não apenas Drummond como também personagens fictícios, tornados reais pelo simples desejo. A mistura daquilo que não é real e do que não é apenas o termômetro do quanto se pode ser feliz sozinho, acompanhado, nesse e em out...

Repensar de novo, e de novo, pensar

Repensar. Pensar de novo, e de novo, e de novo e de novo. Pensar repetidamente em algo que sai do campo de visão e volta ao centro do mundo sem ao menos deixar acontecer a saudade. Sair por aí, em banho de mar de dia chuvoso, ou em perdidos dias de sol escaldante sobre um asfalto fétido, é simplesmente quebrar a rotina dos "normais" e deixar-se ser o que realmente se quer sem o peso das obrigações que não nos moldam.  Modelos matemáticos que descrevem biquínis, corações, flores e perversões são simplesmente fatos dos quais não se pode escapar, à primeira vista. Modelos que norteiam os gostos não podem ser verdades irrefutáveis, pois mesmo com o melhor gosto do mundo não se pode torná-lo clássico. Do classicismo todos morrem. De novidades também ninguém vive. Repensar. Tornar algo claro é meramente aceitar todos os ângulos pelos quais esse algo é existente, concebido em toda a sua forma. Singularíssimo, mesmo produzido em série.  Pensar de novo. Quantas vezes...

A tirania do calendário

Imagem
As datas não mentem. Elas são mudas, surdas, mas não cegas, não esquecidas, nãos insanas. A numerologia do calendário guarda a corrente vital que passa por nós e leva entes, ela, ele, nós, vós, aquilo, tudo. Leva o querer que não era pensando em outro momento. Leva. Apenas. Quantas dezenas, ou unidades, ficaram gravadas na mente e na insônia quando o resto apagou-se em meio àquelas explicações desnecessárias que queria, ou que inventou. Há de lembrar-se, você que pensa que voa, mas sequer tira os pés do chão, da realidade, da feiúra do mundo sem verdadeiras entregas? Não. Certamente ninguém se lembra de promessas que foram feitas em uma época em que o degelo das calotas não tinha tornado gélido esse coração que finge pulsar. E, evidentemente, não lembrará das desfatezes cometidas sem medidas, da brutalidade do silêncio imposto, da gratuidade com que comprou a indiferença, cujo caminho foi regado com as lágrimas que um dia jurou não fazer derramar. Não. É claro que não lembrará. ...

Descasos, Barbáries e Omissão: Cidadão e Governo

Imagem
Sem-Terra na Praça Sinimbu. Fonte: Gazetaweb Enquanto os Sem-Terra ocupam a Praça Sinimbu, na Capital Alagoana, em um período de um ano, em outro ponto da cidade um garoto de 5 anos é morto por apedrejamento e violência sexual, a mãe tem parte na morte? Menor asassinado em Maceió. Fonte: Gazetaweb E dessa maneria se desenrola a vida na terra dos marechais sem que nem a Prefeitura tampouco o Governo Estadual promova alguma ação para o bem público, uma vez que essa aglomeração populacional na praça tem provocado inúmeros transtornos para transeuntes e para os utilizadores do espaço, que é de todos, que não podem usufruir da área. Também ninguém faz nada para mudar a situação dos pedintes infantis e temos aí resultados como a morte da criança na semana passada. O Governo Federal precisa que as instâncias municipal e estadual se prontifiquem a colaborar. Assim, nem o Prefeito de Maceió, Cícero Almeida  nem o Governador de Alagoas, Teotônio Vilela, podem agredirem-se: ambos...