As cordinhas da coincidência

IFAL - Palmeira dos Índios
A verdade é que estamos nas mãos das coincidências diárias e oxalá nunca saíamos dessas mãos!
Às vezes saímos de casa para ir ao Shopping e morremos - de amor, de ódio ou só de morte mesmo.
Outras vezes deixamos que a memória esqueça de lembrar das coincidências que nos movem e acabamos nos surpreendendo ainda mais com os fatos.
Vez em quando, deixamos de ser gratos pelas coincidências surpresas e passamos a odiar o inesperado.
O importante, no entanto, é que, independentemente do que aconteça
, de quem conheçamos e de como estejamos quando as mãos-que-nos-movem  nos alcançar, sempre seremos as marionetes que vivem e respiram em um palco que costumeiramente muda de acordo o bel-querer dessas mãos.
Para suportar as mudanças uns bebem, outros se revoltam, alguns tantos se matam e existem aqueles que se fecham em conchas para escapar do inescapável, o ritmo natural da vida.
Sob essas cordinhas, conhecemos pessoas, aprendemos a ler, escrever, calcular, iludir, mentir, desafiar e mesmo assim, cremos na capacidade humana de mudar o rumo da vida alheia - uma doce ilusão que cria fanáticos e perversos.
Que daqui a pouco morreremos, isso é verdade. Que em algum momento mudamos, isso é inexorável. Que deixamos de ser quem somos para ser quem não somos, está aí uma ação que não depende da nossa vontade. E, ainda assim, estamos sempre olhando para o céu esperando o sol, a chuva, as nuvens, Jesus, Maomé, menos ver as mãos que puxam as cordinhas presas às nossas costas, aos nossos braços e à nossa cabeça.
Resta-nos ser felizes, se isso existir de fato, sem a preocupação de que uma coincidência qualquer, aliada às cordinhas, destrua-nos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá