Não fale mal dos meus amigos Gays, certo parça!?
Não é surpresa para ninguém que milhares de indivíduos procuram as mais diversas denominações religiosas para suprir a necessidade de atenção e para justificar a ignorância, os erros, o preconceito e a discriminação latente. A religião supre muito bem as necessidades dessas pessoas e, sob os artigos da Constituição Federal, as denominações religiosas proliferam-se mais que coelhos. E junto com esse boom de igrejas/pastores que falam com Deus/denominações religiosas com poderes divinos, surgem atrocidades sociais, mais preconceito, mais intolerância e mais ignorância (afinal, pastor e padre (com exceção do atual Papa) é igual a político - Deus os livre de fiéis pensantes e críticos.
E nessa nuvem de poluição do pensamento que meu Facebook e Twitter começaram a explodir de publicações decorrentes da Parada Gay, ocorrida há pouco. Gays defendendo as denominações religiosas; evangélicos defendendo o 'modelo tradicional da família' e evangélicos, acompanhados pelo coro católico, xingando, discriminando, agredindo verbalmente e destilando todo tipo de ameaças sobre os participantes da Parada Gay apenas porque alguns participantes estavam fantasiados de Jesus Cristo ou pregados em Cruzes.
E eu digo, gostem ou não: GRANDE COISA!
É evidente que se fantasiar de Jesus é de mal gosto, seja em uma Parada Gay, seja na tal da Semana Santa ou em qualquer outra ocasião - ao fantasiar-se e "achar bonitinho" compactuamos com o fanatismo e a idolatria, isso é fato. Mas não é o suficiente para tanto ódio. Sair às ruas pregado em uma cruz também não é motivo para tanto: Jesus não foi o único pregado em uma cruz ao ar, livre agonizando. Outros tantos morreram de modo semelhante. Então isso é banal aos olhos da história.
A analogia que se faz ao pregar-se em uma cruz é clara e não precisa de explicações - principalmente se quem está pregado representa uma "minoria" que é dizimada todos os dias pela intolerância religiosa e social, que vive à margem da sociedade por ser "anormal" - como se ser igual a todas as pessoas fosse algo bom. -, que serve para dar prazer a "honrados" pais de família, que não são bem recebidos em igrejas por suas preferências sexuais (e não adianta dizer que não é verdade porque até hoje jamais vi um gay, um travesti, um transexual bem recebido em uma igreja).
Essa "minoria" é a cama e a lama em que a sociedade deita e rola e esquece quando está satisfeita.
Até onde sei, a mensagem do Cristo era amor (amar ao outro como a si mesmo) e, segundo os relatos da bíblia, ele e o Pai jamais discriminaram, ameaçaram, mal-dizeram, segregaram, espancaram ou assassinaram ninguém. Muito diferente disso, chamaram todos ao seu convívio, aconselhando e aceitando as diferenças (quem ler a bíblia e não apenas os versículos decorados que os pastores/padres mandam ler, verificará isso claramente).
Então, por que seus "servos" e suas "ovelhas" destilam tanto ódio contra o que é diferente e aceitável?
E nem venha com "porque Deus disse", "porque Jesus disse", "porque a bíblia condena". Ora, senhores!, se Deus e/ou Jesus falasse com esses padres/pastores populistas que fazem shows e milagres mediante pagamento tenho certeza que isso já teria acabado faz tempo.
Deus não disse nada. Jesus não disse nada. A bíblia não condena ninguém; quem o faz são aqueles que a leem.
Defendo a liberdade (respeitosa) de expressão e a liberdade (respeitosa) de religião e tudo que saia do respeito, que ameace a vida do outro, é ofensivo e não há justificativa. E antes de sair por aí dizendo o que é ou não ofensivo: 1) reconheça que cada indivíduo tem o direito de gostar daquilo que melhor lhe aprouver, independente das limitações que as religiões impõem; 2) família é o conjunto de pessoas que se gostam, unidas pelo amor (em qualquer de suas formas e não definidas por meros genes); 3) estude a história da humanidade; 4) duvide de quem se diz "servo de Deus"; 5) duvide do deus de sua religião (a dúvida leva ao conhecimento); 5) respeite o próximo, independente de opiniões e preferências.
Só depois disso, comece a dialogar, e não discutir. Religião se discute sim!
Aceito e acredito no Deus dos Hebreus, nos Orixás, nos Profetas vivos e que Deus e Jesus Cristo apareceram a Joseph Smith na primavera de 1820. Acredito pia e verdadeiramente em todas elas e em suas doutrinas porque eles(meus amigos) provam-me que o que vivem é o amor, a aceitação do próximo e a amizade, ou seja, provam na prática os discursos dos D(d)eus(es).
E quando vejo algumas pessoas revoltadas, provocando a discórdia e a violência, imagino que eu, que não sou assíduo de nenhuma religião, com amigos bi e homossexuais, brancos, pretos, altos, baixo, gordos, velhos e jovens, que não me interesso por discursos inflamados e que cultivo a preguiça, a gula, a ira e a heresia(para alguns), que quero ir na Parada Gay, na Marcha das Vadias, ao Vaticano, à Africa de nossos ancestrais, ao Templo Mórmon e à praia, sou mais instruído que quem se diz "seguidor de Cristo".
Para mim, seja quem for, provocou a depreciação do outro em detrimento e um "deus" ou de uma "religião", não merece mais atenção que um episódio do Big Brother Brasil.
Ainda precisamos avançar muito para ser iguais, como prega a maior escritura de nosso país, a Constituição Federal. E, para dar um passo tímido e relação à essa busca de igualdade, basta só ter curiosidade em conhecer o outro, sem o medo de se perder.
Ah, se me vir por aí em lugar, hum, estranhos, nem adianta fofocar ou especular. É na diversidade que vivemos, que viemos e para ela voltaremos.
E só para reforçar: Não fale mal dos meus amigos Gays, certo parça!?
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