O homem domesticado



Passada a novidade de um isolamento social e de uma doença potencialmente exterminadora, embora não a única, a sociedade segue seu curso egoísta rumo a mudanças dramáticas.
E se a saúde tem sido o assunto dos governos, nacionais e internacionais, o sexo e as lacrações entre pessoas inexpressivas, por mais fama que possam angariar, têm sido a pauta do diário das redes sociais, as vitrines do século XXI. E enquanto o mundo virtual convulsiona com as exposições de anônimos, famosos e mentiras, o cotidiano segue sendo alterado em diversos aspectos e nem sempre de forma reversível.
E é nessas mudanças que muitas mulheres acabam tendo que ir trabalhar, todos os dias, em meio a pequenas e médias aglomerações, enquanto seus homens ficam em casa, dispensados do trabalho ou em Home Office ou simplesmente parasitando a vida social e econômica dessas mulheres, das mais diversas idades. O papel do homem, como provedor de sua casa ou de sua fêmea não é mais a questão, mas sua utilidade social em tempos adversos e sombrios.
Casais mais modernos sofrem adaptações e o homem pode ser o fornecedor de esporros quentes antes do trabalho ou o apoio sentimental nos breves dias mentruosos. O homem tornou-se o sexo  domesticado, apesar do grande poder psicológico que ainda detém.
As relações, sempre mutantes, revelam-se agora fundamentais não só para manter a saúde mental e sexual - são também a nova porta de entrada  para o mundo alterado do pós-pandemia.

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