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Irrepresável

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Alguns enfrentam enxurradas que devastam suas casas, seus pertences, suas rotinas pobres e miseráveis. Outros enfrentam enxurradas de trabalhos, problemas e superficialidade. E alguns enfrentam enxurradas de si mesmo. Qual seria a pior de todas? Todas. Para quem luta e segue o marketing capitalista, perder os eletrodomésticos é uma dor que só se supera com outras compras. Para quem faz da própria existência apenas trabalhos não pode esperar mais que desafios superficiais, que viciam. E enfrentar a si mesmo é só uma questão de necessidade. Todas juntas, essas enxurradas devastam qualquer um. Mas para quem não tem bens materiais e sequer trabalho, a árdua tarefa de autorregeneração é intensa e exclusiva. De repente até dolorosa. A água nunca para. Nós nunca podemos parar. Mas não há botes, salva-vidas, farol. Às vezes aparece alguém que nos ajuda a encontrar uma ilha flutuante e que nos deixa na tranquilidade de que tudo poderá ficar bem.  Então, como humanos e repetidores dos itans ...

Natal seco e plástico

Enquanto os telejornais convencem-me sobre a divina direção tomada pelo governo Temer sobre as medidas econômicas, a água retornou aos baldes através dos canos e de uma fina garoa durante a madrugada. O cheiro de cola e a cor escura da água acaba tornando interessante o simples e trabalhoso serviço semanal de guardar água em tudo o que é balde, panela e reservatório. É claro que a economia do país é importante, que a final do Master Chef Profissionais é interessante e que a preocupação com a indumentária para o fim de ano são importantes, cada um com seu grau de significância, mas no mundo prático, onde todos precisamos tomar banho, comer e tomar água tudo o que não é relacionado à qualidade da água e o abastecimento é mero problema secundário. Em uma cidade localizada no novo epicentro da seca e que não apresenta nenhuma oportunidade de crescimento para os cidadãos e para as comunidades, falar em decoração natalina ou festas de réveillon não passa de mero exercício de futilidade. ...

A saga ENEM: parte 01

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O sábado foi dia de enfrentar a besta fera que atormenta todos os estudantes do ensino médio, desde o primeiro ano. A besta fera já estava pronta quando eu ainda abria os olhos às 10h30, 11h30 no horário de Brasília. Pela primeira vez na história dos meus exames de seleção, juntando concursos e vestibulares, o local da prova foi no meu quintal. Há uma escola no meu quintal. E lá fui, às 12h, no horário de Brasília, gastar R$ 2,00 em uma garrafinha de água e R$ 1,00 em uma caneta preta fabricada em material transparente. Um dinheiro jogado no lixo! - o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Educação, estava distribuindo até duas canetas por candidato e quantos copinhos de 200 ml os candidatos quisessem, isso em todos os pontos de realização do ENEM. Poderia ter economizado R$ 3,00. E apesar de aparecerem milhares de Rafaéis, inclusive dois com os nomes exatamente iguais, o mais interessante nesse primeiro dia de Exame não foi a excentricidade medrosa de alguns fisc...

Não nos importa a seca do sudeste

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Foto: blog do manxxxa A seca nos estados do sudeste é um problema deles. O nordeste aprendeu a conviver muito bem com as dificuldades provocadas pela seca, desde que o Brasil é Brasil. Pode parecer insensibilidade, mas é somente o reflexo de quem só tem água durante 3 ou 4 dias por semana e que mesmo assim não faz alarde de uma pretensa desgraça. E quando a água não chega nesses 3 ou 4 dias, sem desespero, espera para o próximo chiado da torneira. O que preocupa o nordestino não é a água - é o aumento na conta de energia, a alta das taxas sobre produtos, a corrupção, a violência. Além disso, é o carnaval e suas atrações, os blocos carnavalescos, a poesia, a arte, as praias, os animais assassinados por vizinhos desprezíveis  - como foi no NEAFA. Tudo isso ocupa nossa cabeça.  A água? Não nos falem de água, que esse é um tema em que nos doutoramos e já faz tempo que deixou de ser "pauta grave" 

Mundo oceânico

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O mar em abstrato de Ana Paula L. O mundo é um oceano com águas espumantes, de um sal libertador, inebriante, que traz à tona a razão e o amor, o próprio, o egoísta, aquele que nos move a ir a diversões individualistas, a gostar de estar só, lendo um livro. Nesse oceano, cabem corações, cabem caixas, cabem satisfações, cabem noites em claro. Cabe você em resumo e em expansão. Partículas de água que trazem a emocionante racionalidade do não-cometimento de velhos erros, antigas mancadas que aconteceram na busca pelo acerto, por não fazer outrem sofrer ou chorar, por não querer partir, precisando estar longe – na pior distância: a emocional. A água, salgada, que banha o corpo também é a mesma que tem estrelas que encantam as que brilham, é o fluido que corre entre veias e escapa nos olhos. Água salgada que leva para longe a tristeza e deixa, lavada, a lembrança mais bonita, a foto mais ímpar de duas faces, dois lugares, dois mundos. Na seguridade da areia, onde todos ficam, ...

Uma nota sobre água!

Quantas vezes nos deparamos com a vizinha lavando a calçada, a rua e as paredes? Com um jardim sendo irrigado durante todo o dia? Com algum cano quebrado? São muitas as vezes que até colocamos uma pitada de rotina e falta, quando não apreciamos esse tipo de atitude. E o que mais chama a atenção é que ninguém se incomoda com o desperdício da água ou sua reutilização, que seria o mais conveniente. Por  que lavar a calçada, rua ou paredes externas se no minuto seguinte à lavagem tudo estará, novamente, tão sujo quanto antes, se não pior? Para quê gastar água limpa na lavagem de carros e demais veículos? Qual a necessidade de desperdiçar milhares de litros de água em um jardim? Aceite, a grama não é natural do nordeste! A necessidade de estar provocando o desnecessário desperdício para ser um vício incontrolável e insanável! Quando surgiu todo aquele movimento de salvar o planeta, os biomas e a flora e fauna biodiversificada parecia que haveria uma solução razoável para esse ti...