A saga ENEM: parte 01
O sábado foi dia de enfrentar a besta fera que atormenta todos os estudantes do ensino médio, desde o primeiro ano. A besta fera já estava pronta quando eu ainda abria os olhos às 10h30, 11h30 no horário de Brasília. Pela primeira vez na história dos meus exames de seleção, juntando concursos e vestibulares, o local da prova foi no meu quintal. Há uma escola no meu quintal.
E lá fui, às 12h, no horário de Brasília, gastar R$ 2,00 em uma garrafinha de água e R$ 1,00 em uma caneta preta fabricada em material transparente. Um dinheiro jogado no lixo! - o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Educação, estava distribuindo até duas canetas por candidato e quantos copinhos de 200 ml os candidatos quisessem, isso em todos os pontos de realização do ENEM. Poderia ter economizado R$ 3,00.
E apesar de aparecerem milhares de Rafaéis, inclusive dois com os nomes exatamente iguais, o mais interessante nesse primeiro dia de Exame não foi a excentricidade medrosa de alguns fiscais e aplicadores e nem as cadeiras baixas e estranhas do Colégio Santanna (ainda estou intrigado com a possibilidade de alguém pagar para estudar ali), mas a capacidade de alguns estudantes em levar sacos de biscoitos e água que são suficientes para alimentar uma família inteira por uma semana. E apesar de parecer exagero, não é!
Um participante levou tantos pacotes de biscoitos, de uma variação tamanha, que ele tinha que escolher se deixava a carteira para apoiar a prova ou a comida. A fiscal da sala ficou impressionada e chocada com o desespero alimentício do candidato. Nesse primeiro dia de prova, aqui no quintal, saí com a certeza de que ostentar biscoitos e líquidos é mais importante que fazer a prova. Não é possível que essas pessoas não aguentem 4h de abstinência de água e comida, salvo alguns casos clínicos, e de ida ao banheiro.
O certo é que tem gente que não vai ao ENEM, vai só comer e ir ao banheiro, olhando esporadicamente para as questões - e depois reclama da nota.
E depois de ver a falsiane de D. Pedro II, de ficar alarmado com os desesperos alimentícios e excêntricos de alguns candidatos e analisar a Aplicadora novinha, a Hariel, e pensar muito em como ela poderia se "destruir" até chegar à idade da Fiscal de Sala, fui embora com o saldo de uma caneta nova e 200 ml de água para casa.
Sobre a prova em si os professores entendidos já estão dizendo que foi a mais fácil dos últimos anos. Eu digo só que foi mais uma prova cujo resultado não fará diferença nenhuma, como foi o Exame de 2010.
O chato mesmo é acordar cedo, mesmo tendo que ir para o quintal por algumas horas.
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Foto: Imagem da fanpage ENEM 2015. |
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