De verdade, muito se quer
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Alison Saar, High Cotton II, 2018. |
É fácil saber o que não precisamos - o corpo, as pedras da rua, a poeira sobre a lataria dos automóveis, os cabelos coloridos e crespos das pessoas berram a cada instante mostrando não apenas desagrado como também franco desarranjo da natureza do querer real que se refugia no íntimo.
Não demora e o cansaço se faz presente, o malquerer dita as palavras e nenhuma boa vontade surge no horizonte das coisas que se deseja.
Agora estamos nós, lutando contra os poderes instituídos, esperando milagres intempestivos, como se não detivéssemos poder para sermos melhores ou ditarmos o fluxo dos acontecimentos que nos pilham a vida, o humor, o estado atual.
Nada mais nos importa. E, de novo, é hora de ir.
A lagoa secou.
A vaca dá leite amargo.
O milho não cresce.
Nós definhamos aos poucos.
O pouco não nos encanta, assim.
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