Tergiversados


Estamos, comezinhos, tergiversados.
Somos linhas que não se entendem apesar de tantos toques - tocados via aplicativos - nunca somos sentidos. 
Uma dose de cachaça e somos amigos de um bêbado qualquer.
Um comprimido branco e pequeno e somos medicados contra nosso mais íntimo querer.
Uma palavra escrita em um livro e somos presos a convenções mundanas.
Uma bateria carregada e não sabemos mais quem somos.
Tergiversados, arredondados e sem arestas.
Estamos escorregadios a tudo o que nos comove, preocupados com as abominações capitalistas que nos prendem: será que teremos dinheiro para viajar, comer, vestir, sorrir?
Simples tergiversos que não sabem para onde ir.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá