Natureza injustificada
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Off Greenland—Whaler Seeking Open Water. William Bradford. MET. |
Dizem por aí que nunca foi tão fácil estar próximo de pessoas que estão distante e estar muito distante de pessoas próximas. Culpam os hardwares, os softwares, distúrbios, síndromes e espectros mentais. Tudo é motivo para explicar os motivos de pessoas que dividem o mesmo sofá, a mesma cama ou o mesmo jantar poderem estar muito atentos a outrem e alheios entre si.
Não há justificativas. Há falta de interesse, excesso de banalidade, falta de personalidade e busca por excessiva e doentia autossatisfação. Não é possível sobreviver à rotina sendo ordinário. Tampouco é possível manter qualquer relacionamento se o parâmetro empregado para avaliar a adequação do atual status quo for sempre a comparação.
Assim, como tem sido recorrente, acabam-se os relacionamentos com muita facilidade. Ainda existem quem chore e dramatize por força do hábito, porém o mais prático é desligar pedaços inteiros de tempo apenas varrendo para a escuridão do esquecimento fotos, vídeos, palavras, pessoas.
Sempre fomos assim, práticos, cruéis, cínicos, dissimulados. A diferença é que agora temos redes sociais virtuais, amigos demais, lugares exíguos.
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