O aríete da autoviolência
Forçamos nossa natureza como um aríete que tenta derrubar as resistências de muralhas de castelos duramente erguidas e sensivelmente mantidas.
Violentamo-nos por nada.
Aprisionamo-nos sob a vontade alheia e logo adoecemos, do corpo e da mente. E ainda ousamos atribuir nossos dissabores à genética, ao uso indiscriminado da Internet ou aos processos formativos da infância, apenas.
Olhando bem e analisando o nosso entorno, percebemos, não raro, a nossa incapacidade de não seguir as massas e de sermos disruptivos.
Agora estou aqui, em um ambiente lotado de futuros doentes, físicos e mentais, embora creia que metade já possui algum grau de afetação, esperando o tempo passar sob o efeito de uma leve sonolência; e pensando na inutilidade dos currículos e dos trabalhos desgastantes que acabaremos por ter depois de tanta luta.
Que o calor do hemisfério sul, agravado pelas mudanças climáticas, derreta-me antes que eu ceda ao meu próprio impulso de ser ordinariamente doente e banal.
Que a minha luta, apesar de inútil como a de todos os outros, ao menos divirta-me um pouco.
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