Sexualmente plural

 

Photo: Vestido de noite/festa. The Met.

Éramos três para uma. 

Sem segredo, todos a devorávamos a qualquer hora, em qualquer lugar da casa, na frente dos demais. 

Ele a possuía no balé selvagem do sexo em nossa frente, que observávamos - voyeur de momento. 

Eu a subjugava, com as mãos na janela, observando e sendo observado pelos transeuntes e jogadores de futebol do terreno baldio do lado. 

O outro a tinha entre envergonhados espaços temporais.

Ela, longe de seviciada, adora ser possuída por diferentes falos, em diferentes momentos e, no entanto, ter o relacionamento plural e restrito.

A casa era escura, um pouco suja, sempre desarrumada. Composta de quartos, janelas, portas, camas, chão, paredes, sexo, pessoas e só. Uma casa para sexo, não para relacionamento, que abrigava uma fêmea e seus machos, contados, sempre no cio. 

Ela, descartável, sabia disso. 

A nós, apenas a satisfação, o animalesco. A vida era isso, só isso. E estava tudo bem. 

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