O cólon prometido

Estátua Eros Dormindo. Período helenístico. Metmuseum.

 

Unhas cortadas e limpas, significando que um cólon foi prometido. 

O cólon não se abriu em flor no escracho entre quatro paredes e uma porta aberta. 

As pregas. lá coçando. 

Os dedos, cá órfãos.

Lá, revirando na cama, no chão, entre paredes e móveis.

Cá, uma tranquilidade de quem ouve a música dos vizinhos, comendo chips de batata-doce.

Aqui, o calor de fora para dentro, suor fazendo brilhar a pele, marcando o local do corpo repousado.

Em um lugar conhecido, o calor sobe do cólon para as entranhas e vai subindo para a boca, os olhos e o juízo.

E assim se consome um corpo em ardências de desejo.

E outro repousa em majestoso poder.  



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá