Entre respostas e mutações
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Escultura: Um hipócrita e um caluniador. Franz Xaver Messerschmidt. Metmuseum. |
Em meios aos afazeres do cotidiano e do completo abandono das redes sociais deparei-me com uma notificação da BBC News Mundo sobre a nova variante do SARS-CoV-2 detectada no sul da África. Parei um minuto e fui ler a matéria, como todas as outras, muito boa.
E qual não é a minha surpresa ao chegar ao fim da notícia e deparar-me com a seguinte afirmação
"La lección de la pandemia es que no siempre se puede esperar hasta tener todas las respuestas (BBC News Mundo, 2021, online)."
E fiquei a cismar com essa afirmação a tarde toda não porque seja complexa ou extraordinariamente impactante, mas porque revela o quanto somos dependentes de respostas e, nessa sociedade cada vez mais doente pelo imediatismo provocado e fomentado por ambientes virtuais e sociais, acabamos por levar ao precipício a nossa saúde mental sempre que esse imediatismo e essas respostas não satisfazem nosso sadomasoquismo.
A pandemia não acabou e parece estar longe de um denominador comum entre a saúde coletiva e a existência do vírus e suas mutações. No entanto, enquanto isso não acontece, como poderemos crescer, de dentro para fora, superando nossas fragilidades e defeitos, sem deixar de trilhar o caminho do desenvolvimento informacional e tecnológico e a da própria satisfação?
O SARS-CoV-2 parece já ter descoberto a resposta. A humanidade, por outro lado, está ocupada demais tentando não se autoextinguir.
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