Os olhos

Os olhos de Ariane - incríveis

Então eu paro e começo a ouvir a pessoa conversar sobre a notícia quente do NYT ou do Financial Times; sobre o medo trazido pelo aquecimento global, pela perda de amores problemáticos ou pela inexistência de uma paixão violenta.
Vejo olhos que não são acostumados a olhar diretamente na profundidade de outros olhos; observo cílios que podem delinear mundos invisíveis - castelos surpreendentes.
E me perco.
O som das vozes somem. A luz revela as cores ocultas nas íris e o globo ocular é um um globo de outros tantos mundos que existiram e foram despedaçados, que simplesmente surgirão no calor do futuro.
E acabam chamando-me de ousado, ou pedante, quando ouso dar atenção aos olhos, não à boca e às idiossincrasias. 
E mesmo que gostem do pôr do sol, dos verdes mares, das flores tantas - só isso não reflete a beleza. A beleza é vista quando o espelho dos olhos de alguém vê o vermelho-alaranjado do sol no fim de tarde ou o mar dentro dos mundos íntimos de alguém.
E então a bolsa de valores tem sentido, lágrimas têm razões, furtos e fomes têm corações porque olhando nos olhos de alguém, atentamente, e perdendo-me, compreendo as solidões que dão origem ao universo do ser.

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