água estranha

Tem dia que amanhece nublado. Abafado. E não chove. E tem dia que chove, tornando o meio-dia tarde, a luz vacilante.
Nesse dia que chove o asfalto fica encharcado, motoristas engraçados tentam molhar os pedestres e as nuvens não costumam perdoar ninguém.
Isso todos já sabem.
Entretanto, com tantos atrasos, tantas olhadas ao relógio, ninguém presta atenção a quem não tem onde se abrigar da água, seja um guarda-chuva, seja por opção ou destino.
Esse monte de ninguém não ama nem sabe o que realmente fazer. E quem se molha, no dia que chove, talvez saiba menos ainda e tenha esquecido o significado desse verbo - amar - mas só em ter água estranha na pele, uma gripe à noite e a falta de pressa dos molhados já é um passo em direção ao abismo das reviravoltas, que só acontecem em dias de chuva.

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