Um pouco de sangue



A semana é dita santa. Mas onde está a santidade no homicídio? No assassinato? Nas desprezíveis mazelas da humanidade que mata e morre por uma fé que não se justifica?
Adoramos adorar um corpo que jaz eternamente crucificado em algum ponto distante, no tempo e no espaço, enquanto esquecemos de viver adequadamente. Bebemos, figurativamente na falta de uma denotação almejada, o sangue de um homem que se tornou um deus e tentamos, a todo custo, profanar essa santidade através de recriações teatrais de um sofrimento necessário.
São espetáculos a céu aberto que satirizam e divertem quando a intenção, por mais remota, deveria ser outra.
Na tentativa de esquecer um pouco o derramamento de sangue de um homem que dizem ter existido e que ressuscitou após três dias, criamos coelhos que botam ovos de chocolate e cobramos preços exagerados por eles.
Que negócio lucrativo!
A morte e o sofrimento que justificam a “bondade” humana é a mesma que cria coelhos anormais. E encerramos com um “Feliz”. Mas “Feliz” morte?
Gente viva, mesmo que seja um deus – independente da religião -, não interessa.

O que queremos é beber – sangue-, comer- carne humana – e criar animais estranhos.

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