Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Autor

Sobre minha loucura

Imagem
Figura:  www.rbj.com.br Dizem que leio demais - uma grande verdade. E é verdade que desperdiço dinheiro com livros e tempo pensando nas histórias, nas personagens e nos mais diferentes pontos de vista dos autores. Dentro da minha cabeça todos eles conversam, sorriem e brigam. Gasto muito tempo e vivo para comprar o próximo título, dos assuntos mais variados. E, apesar de algumas críticas, não troco a solidão-companhia de autores e personagens, em mundos mágicos, fantásticos e realistas, pela companhia oca de tantas pessoas que não sabem nada sobre Macondo, ou sobre Dragões, ou sobre bruxos - sem falar nos crimes e nos detetives.  E, sejamos sinceros, entre perder tempo e dinheiro viajando por aí, nas asas da imaginação, e cair no tédio do oco de pessoas sem referência - eu prefiro a primeira opção. Não sei como é possível viver sem ler, conhecer outros pontos de vista e se divertir.  Todo leitor é meio louco, um pouco semideus, um visionário. Leio demais...

As Flores do Ruanda

Imagem
É extremamente fácil encontrar livros que nos remeta a um lugar distante do nosso, um espaço físico completamente diferente e muitas vezes o será para sempre – fisicamente. Nesses livros tudo acontece e nossa imaginação voa por histórias e dramas. Novelas que formam a vida real dos personagens. Difícil é encontrar um livro de autor brasileiro que tenha uma carga realista suficiente para colocar o brasileiro no estrangeiro, com direito a passaporte de nativo. Difícil, mas não impossível! Capa da Obra Em As Flores do Ruanda o leitor tem a oportunidade de revisitar a terra africana, berço de considerável parte da nossa cultura, acompanhando o drama de viver em uma terra em que a lei é constantemente reformulada para garantir os interesses dos poderosos. Poder que emana de uns poucos humanoides que detém a mentira convincente, o direito sobre uma propriedade privada, a mente de supremacia sobre outros humanos. Na obra, o autor explora a dualidade entre moralidade e o-mais-corret...

Entrevista com Cássio Cavalcante

Imagem
Hoje inicio uma rodada de entrevistas, ao ar sempre às segundas-feiras, em que entrevistarei escritores, políticos e pessoas que desenvolvem trabalhos ligados à ciência e tecnologia ou trabalhos que incentivam a cultura.  Cássio Cavalcante Para inaugurar essa rodada o entrevistado é o jornalista e escritor Cássio Cavalcante, autor de Nara Leão: A Musa dos Trópicos e Sob o Céu de uma Cidade, a ser lançado no próximo 31 de outubro. Cássio Murilo Coelho Cavalcante é jornalista, escritor membro da Academia Recifense de Letras e da União Brasileira dos Escritores, secção pernambucana. Escreveu diversos contos entre 2004 e 2008, todos publicados,  a biografia da Musa da Bossa Nova, Nara Leão: A Musa dos Trópicos (2009), Os Mistérios de cada Um (2007) e, a ser lançado, Sob o Céu de uma Cidade. Além disso, Cavalcante pertence a Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda e é Colaborador do jornal Folha do Estado do Espírito Santo, assina as colunas Bate papo Literal, do Jor...

Ouro

Imagem
Capa da Obra Se considerasse a vida como uma corrida incessante na qual as únicas possibilidades existentes, vencer ou perder, norteassem todas as atitudes subjetivas ao desafio de ultrapassar a linha de chegada antes de todos os outros concorrentes e os fantasmas de uma vida paralela que flui como fatores que levam à derrota, então teria a própria existência limitada à frieza de uma vitória sem o depois ou à derrota sem a moral da história. Ouro é uma corrida. Na verdade, duas. Uma delas, cada vez mais rápida e vitoriosa a qualquer preço, leva Zoe a fugir de um passado acidentado, de dores psicológicas relevantes o suficiente para destruir outras vidas, inclusive a própria. A outra é uma corrida lenta em que um casal é unido pelo amor e pela dor, das horas difíceis e das escolhas que precisam fazer para alcançar o sonho sem perder as preciosidades que já foram alcançadas. De Atenas, passando por Pequim, até Londres as Olimpíadas são o plano de fundo de vidas entrelaça...

Mandinga #12

"...pra ter seu amor fiz mandinga ..."       Verdade - Zeca Pagodinho Mandinga talvez seja a característica mais peculiar do povo brasileiro, isto é, do povo afro-brasileiro desta região do globo sem etnia e religião definidas, sem cultura única, sem, como cita Mário de Andrade em Macunaíma, sem caráter, com som exclusivo. É um ato de uso particular dos filhos do candomblé herdados de nossos ancestrais africanos e utilizado por todos, mesmo que inconscientemente. Por amor, ódio, paixão, riquezas, conhecimento; em todas as buscas o ato de mandingar faz-se presente. Nem sempre a mandinga propriamente dita mas sim uma sutil que, não raro, aparece na rotina de homens e mulheres dados ao verdadeiro conhecimento popular e de suas raízes mais afastadas. Rústica e de efeito quase garantido pela força do pensamento e das divindades do panteão negro, a mandinga deveria ser ensinada desde as séries de base na escola com...