Quem diria: Os aproveitadores
Pluft!
Do nada, apareceu no Restaurante Universitário da UFS, Resun, ativistas
de organizações estudantis (não a UNE) e vendedor de objetos, como botons e
agendas com a capa do movimento, do MST. E apareceram alguns com ânimos um
tanto alegres demais na quilométrica fila. Além de uns tantos que decoraram
trechos de músicas de bandas como Legião Urbana, apesar de desconfiar de que
nunca tinham ouvido a Legião antes dos lançamentos dos Filmes baseados em
música ou na vida dos integrantes.
Todos esses, parecem-me, que são pobres diabos que não se arriscam a
opinar inteligentemente, nem de manifestar-se espontaneamente em passeatas ou
em discussões acalorados sobre política, religião e sociedade. Geralmente,
brasileiro tem medo da tal “mania de perseguição” que comente. Quem faz
perseguição tem medo, naturalmente, de sofrer aquilo que promove. E essa tal
perseguição pode ser de diversas maneiras, inclusive através da proliferação de
pequenos preconceitos, de segregações musicais, de alienação cultural, de
achismos religiosos.
Não adianta querer, agora, levantar-se contra um tal “abuso de poder”
cometido por Políticos e Polícia, seja Civil ou Militar. Deve-se lembrar que os
Políticos estão no poder graças à PROSTITUIÇÃO do voto, dos direitos
inalienáveis do homem. Caso contrário, como supõe que eles se perpetuam no
poder?
O povo, ou melhor, a prostituta
de ouro, que vive na lama de ruas sempre imundas de lixo, sangue e dejetos, é a
principal arma daqueles que compram votos com sorrisos e cédulas de R$ 20,00.
Esse povo que agora se levanta contra aumentos exagerados em passagens de
ônibus deve-se lembrar que existem alternativas, a saber:
a) Uso de transportes sustentáveis,
mesmo em grandes cidades. Essa é a hora de lembrar disso e colocar na lista de
reivindicações. Ou será que já se esqueceram do Planeta?
b) O voto é a principal arma que
se tem para mudar sua rua, seu bairro, sua cidade, e, assim, o País. Em vez de
vendê-lo por um preço vergonhoso, dê-lo em troca de propostas concretas,
cumpríveis, reais. E então, quando elas não se realizarem, cobrem, fechem ruas
e rodovias. Esse é o direito do povo e a Constituição Federal de 1988 garante
isso.
c) Acreditar que suas decisões
podem ser tomadas por outra pessoa é o exercício do mais completo comodismo
ignorante. Já que importam quase tudo dos EUA, importem ao menos o caráter
empreendedor e crítico.
A decisão é sempre da massa, daqueles que enfrentam o dia a dia em
portos, aeroportos, lavouras, universidades, feiras livres, supermercados, escolas,
ruas e avenidas. Não aceitem levantar a bandeira de um partido político ou
outro, nem que sua voz seja silenciada por algum “culto” dono da verdade
jurídica. O poder ainda assenta no colo de todos nós, não da minoria.
Assim, nem adianta a “juventude socialista” aparecer, no ápice das
manifestações, nas Universidades, ou movimentos como o MST virem vender seus
trecos nas portas dos Restaurantes Universitários. A luta começa quando a
maioria assim a deseja, não quando alguém desenterra Marx ou Engels ou a figura
do pobre-diabo-sofredor-da-lavoura. No fim, somos todos pobres-diabos. Nossas
lamentações bastam a cada um.
E do pluft que apareceram, sumam. O capitalismo não vai acabar e o
lavrador agora tem a ajuda do Governo e da ciência. O mundo evolui.
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